Bolsa mobiliza recorde em 2021 para financiar economia de Cabo Verde

O mercado de capitais mobilizou um recorde de 226,7 milhões de euros em 2021 para financiar a economia cabo-verdiana, aumento de 68% face ao ano anterior, avançou hoje o presidente da Bolsa de Valores de Cabo Verde (BVC).

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Lusa
07/01/2022 14:26 ‧ 07/01/2022 por Lusa

Economia

Cabo Verde

"Durante o ano de 2021, em plena pandemia, através do mercado de capitais, foram mobilizados para o financiamento da economia um montante nunca antes visto em Cabo Verde", disse Miguel Monteiro, em conferência de imprensa, na cidade da Praia, para fazer o balanço do ano passado e perspetivar 2022.

Segundo o responsável, em 2021 o volume de operações de financiamento no mercado primário atingiu o valor de cerca de 25 mil milhões de escudos (226,7 milhões de euros), mais cerca de 10 mil milhões de escudos (90,6 milhões de euros), correspondendo a 68% face a 2020.

Grande parte dos recursos mobilizados para a economia cabo-verdiana em 2021 foi através da emissão de títulos de tesouro.

"Face às medidas de combate aos efeitos da pandemia, a bolsa de valores apresentou-se como alternativa de financiamento ao Governo de Cabo Verde", sublinhou Miguel Monteiro, referindo que em pouco mais de cinco meses a bolsa realizou quatro operações de financiamento a entidades distintas.

"É de notar que este foi o segundo melhor ano de sempre em termos de emissão de empréstimos obrigacionais na BVC. O melhor tinha sido em 2010, em que houve seis", comparou Monteiro, prevendo realizar mais de 10 operações obrigacionistas durante este ano.

Quanto ao mercado secundário, que alberga as transações de títulos entre investidores, o presidente da bolsa cabo-verdiana notou que no ano passado "foi mais dinâmico", tendo sido realizadas 120 operações, num montante global de cerca de 932 mil milhões de escudos (8,4 mil milhões de euros), valor superior em 14 vezes a 2020.

Relativamente às operações realizadas na central de liquidação e custódia (CLC), onde são processados eventos corporativos, como juros, reembolsos e dividendos, avançou que foram realizados 399 eventos relativos ao processamento de juros em 2021, num montante de cerca de 3,5 mil milhões de escudos (31,7 milhões de euros).

Em relação aos reembolsos, a CLC realizou 59 eventos, num montante de 14,6 mil milhões de escudos (132,4 milhões de euros), o que representa um aumento de 53,8% face ao ano anterior.

No que concerne à distribuição de dividendos, foram realizados dois eventos durante o ano findo, sendo um com a Sociedade Cabo-verdiana de Tabacos e outro com o Banco Comercial do Atlântico.

Por tudo isto, o presidente da bolsa considerou que 2021 foi "o melhor ano de sempre" no mercado de capitais em Cabo Verde, confirmando que a instituição está a cumprir com o seu papel em termos de financiamento à economia e na estratégia de maior aproximação aos agentes económicos.

"Esta aproximação resulta, e vai resultar ainda mais num médio e longo prazo, em um maior conhecimento do mercado de capitais, maior utilização por parte dos investidores e de quem precisa de recursos na bolsa", salientou, destacando a importância do conhecimento do funcionamento, dos produtos e das vantagens em recorrer à bolsa, criada em 1998.

Para este ano, a Bolsa de Valores de Cabo Verde vai rever o regulamento para diminuir os custos de acesso ao mercado, permitindo que empresas de menor dimensão possam aceder ao mercado de capitais no arquipélago.

"E isso vai aumentar o número de empresas que podem recorrer ao mercado de capitais para financiar-se. E assim estaremos a cumprir com este desígnio de estarmos a servir a economia real de uma forma sustentável", explicou.

Ainda este ano, Miguel Monteiro garantiu que será marcado pela "implementação efetiva" da plataforma Blu-X, que tem como objetivo promover o financiamento do desenvolvimento sustentável em Cabo Verde, em particular da economia azul.

"Será um ano de demonstração do papel central da bolsa na recuperação da economia, com a promoção de novos produtos e serviços, com destaque para o papel comercial, desmaterialização de títulos, 'diáspora bond', fundos de investimentos, entre outros", enumerou.

Leia Também: Cabo Verde admite voltar a implementar regime de 'lay-off'

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