Teixeira dos Santos. "O que está mal é gastar mais do aquilo que temos"
O ex-ministro das Finanças Fernando Teixeira dos Santos defendeu hoje à Lusa que o discurso político e mediático em torno da austeridade "inverte complemente" a perceção daquelas que devem ser as prioridades económicas e financeiras do país.
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Economia Teixeira dos Santos
Em entrevista à Lusa, a propósito do lançamento do livro "Mudam-se os tempos, mantêm-se os desafios" (Ed. Bertrand Editora), o antigo governante afirmou que "o que está mal é estar a gastar mais do aquilo que temos".
"Há um discurso mediático e político que eu acho que induz as pessoas em erro e que não promove um sentido de responsabilidade económica e financeira no país, que é o falarmos em austeridade", disse, considerando que a "demonização da austeridade" dá a entender "que conforme estamos, estamos bem e o que vem aí é mau porque exige que ajustemos o que gastamos aquilo que temos".
"Isto inverte completamente a perceção daquilo que devem ser as nossas prioridades em termos económicos e financeiros", justificou.
Teixeira dos Santos, que foi o ministro responsável por chamar a ajuda externa aquando da crise económica e financeira em 2011, defendia esta posição quando questionado sobre o debate público aberto pela Comissão Europeia sobre a revisão das regras orçamentais, que as preocupações com o elevado peso da dívida não devem resultar do Tratado de Maastricht ou do Pacto de Estabilidade.
Fernando Teixeira dos Santos foi ministro de Estado e das Finanças, entre 2005 e 2011. Entre diversos cargos, entre 2000 e 2005, foi também presidente da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), tendo sido entre 2016 e 2020 presidente da Comissão Executiva do Eurobic.
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