De acordo com Manuel Oliveira, do Sindicato Nacional dos Motoristas e Outros Trabalhadores (SNMOT), o plenário geral centralizado, que decorreu na sede da Carris em Miraflores, distrito de Lisboa, juntou entre "200 e 300 trabalhadores", mas só contou com a presença do SNMOT e do Sindicato dos Trabalhadores de Transportes Rodoviários e Urbanos de Portugal (STRUP).
Segundo Manuel Oliveira, os trabalhadores foram "alvo de algumas ameaças veladas por parte de sindicatos e Órgãos Representativos dos Trabalhadores (ORT) e Comissão de Trabalhadores", dizendo que o plenário "não era legal".
"Esclarecemos com todos, ORT, sindicatos e trabalhadores, que o plenário era legítimo e perfeitamente legal", disse, lembrando que quem estava a incumprir com a lei era a Carris e não os sindicatos.
Para Manuel Oliveira, o plenário teve "um sucesso estrondoso", na medida em que os trabalhadores, "contra tudo e contra todos, apresentaram-se no plenário e superaram as pressões" marcando presença.
"Os trabalhadores mandataram os sindicatos, esperando pela reunião de dia 02, para reiterar o convite aos outros dois sindicatos para se juntarem à luta dos trabalhadores", disse.
De acordo com Manuel Oliveira, o convite já tinha sido feito a nível sindical, mas foi declinado por um dos sindicatos, enquanto o outro disse não ser oportuno qualquer tipo de ação no momento.
Segundo Manuel Oliveira, os dois sindicatos em questão são o Sindicato dos Trabalhadores dos Transportes (SITRA), afeto à UGT, e a Associação Sindical dos Trabalhadores da Carris (ASPTC).
"Neste momento já não é um convite por parte destes sindicatos, mas sim é uma orientação emanada pelos trabalhadores e, se estes sindicatos não corresponderem afirmativamente, vão depois assumir as suas responsabilidades perante os seus associados nesta empresa", disse.
Em 18 de janeiro, a administração da Carris iniciou com os sindicatos representativos dos trabalhadores a negociação do Acordo de Empresa para 2022 e as atualizações salariais, altura em que as estruturas sindicais rejeitaram o aumento salarial de 10 euros apresentado, reivindicando uma subida semelhante à ocorrida no salário mínimo nacional (40 euros).
Segundo Manuel Oliveira, a administração da empresa demonstrou "elementos contraditórios" ao alegar que "não tinha orçamento aprovado, assim como a própria Câmara Municipal de Lisboa [gestora da Carris]", mas anunciou "um aumento igual ao dado pelo Governo à função pública, de 0,9%", que daria 10 euros.
"Trata-se de uma atualização irrisória que os trabalhadores consideram ofensiva", frisou.
O SNMOT defende, pelo menos, um aumento semelhante àquele que ocorreu com o salário mínimo nacional, de 40 euros (6%).
Para dia 02 de fevereiro está agendada uma nova reunião entre sindicatos e o conselho de administração da Carris, tutelada desde 2017 pela Câmara Municipal de Lisboa.
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