A consultora de tecnologias de informação HCCM, que passou a ser detida em 90% pelo grupo israelita Aman, pretende contratar 100 pessoas este ano e o teletrabalho é uma tendência que veio para ficar.
"Queremos ser vistos como uma empresa de teletrabalho 'friendly' [amigável]", afirmou o presidente executivo (CEO) da HCCM Consulting, Rui Pereira da Silva.
Cerca de 90% dos consultores da tecnológica estão em teletrabalho e "estamos a contratar pessoas onde a presença física nem sequer é discutida", referiu.
"O futuro será sempre teletrabalho", com exceções de reuniões e eventos, mas "diria que o teletrabalho veio para ficar, as pessoas encontram vantagens nisso", sublinhou o gestor.
Rui Pereira da Silva salientou que a HCCM continua a "pagar às pessoas da mesma forma que em 2019", garantindo que "não houve qualquer alteração" desse ponto de vista, incluindo o pagamento do subsídio de refeição, tal como era antes da pandemia.
O presidente executivo salienta que, além da parte financeira, a tecnológica aposta também no que se designa de salário emocional, em que "o desafio é tentar que as pessoas continuem a sentir-se parte da empresa, mesmo estando tem teletrabalho".
Na HCCM, o salário emocional assenta em seis vetores, entre eles as oportunidades de crescimento e o desenvolvimento pessoal e profissional, estando atualmente a decorrer a avaliação de desempenho, a qual está a "funcionar super bem" e é "100% 'online'", relatou.
"Uma coisa importante do salário emocional é que as pessoas se sintam parte das decisões da empresa", pelo que nas reuniões mensais são explicados às pessoas os objetivos, qual é o ponto de situação da empresa, como aconteceu recentemente com a entrada do grupo Aman.
Além do bom ambiente de trabalho e do equilíbrio entre a vida pessoal e profissional ('work life balance'), outro dos vetores é "investir na formação", que classificou como "um dos pontos importantes para manter as pessoas a sentir que continuam a aprender", destacou.
Por último, aponta ainda "o respeito pelas culturas e pelos valores de cada um e da empresa", disse.
Tudo isto são "fatores distintivos para atrair pessoas para a empresa", sublinhou o gestor.
Questionado sobre se as empresas de tecnologias se adaptam melhor ao regime de teletrabalho, Rui Pereira da Silva considerou: "Adaptam-se melhor porque também tem a ver com a gestão por objetivos".
Atualmente, a HCCM tem um escritório em Lisboa e tinha planos para abrir no Porto e em Aveiro.
"Com a pandemia não sentimos essa necessidade de ter um espaço físico" naquelas duas cidades "para contratar pessoas", explicou.
No entanto, se as coisas mudarem, "o primeiro sítio que gostaríamos de montar é no Porto", rematou.
Além da contratação de uma centena de pessoas, a tecnológica está à procura de comprar empresas do setor no mercado português.
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