"Os países do G20 comprometem-se com uma política de normalização bem calibrada, bem planeada e bem explicada", indicou o governador do banco central indonésio, Perry Warjiyo.
As declarações foram feitas em conferência de imprensa, após uma reunião de dois dias dos ministros das Finanças e governadores de bancos centrais do grupo, atualmente presidido pela Indonésia.
"É importante que estas políticas tenham um impacto mínimo nos mercados financeiros mundiais e um impacto reduzido nos países em desenvolvimento", sublinhou.
A reunião decorreu em formato híbrido, devido à pandemia de covid-19, com mais de metade dos participantes em videoconferência e os restantes em Jacarta.
A aceleração da inflação em vários países e a esperada subida das taxas de juro nos Estados Unidos, bem como o fim das medidas de estímulo adotadas durante a pandemia aumentam os riscos para a recuperação económica.
Os países emergentes receiam fugas de capitais para mercados que propõem taxas de juro mais elevadas, o que os pode desestabilizar.
"Uma forte cooperação internacional e uma agilidade política extraordinária são cruciais para enfrentar os complexos obstáculos que se apresentam em 2022", sublinhou a diretora-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva, numa mensagem dirigida ao G20, pedindo medidas para salvaguardar a recuperação.
O FMI reduziu em janeiro para 4,4% a sua previsão de crescimento mundial para este ano.
Os receios de uma invasão iminente da Ucrânia pela Rússia e as consequências que isso teria para a economia mundial também estiveram presentes na reunião.
A questão da Ucrânia não foi discutida "de forma específica", mas "sabemos que a situação geopolítica terá consequências na economia e [...] nas perspetivas de recuperação mundial", indicou a ministra das Finanças indonésia, Sri Mulyani Indrawati.
O comunicado final da reunião ainda não tinha sido publicado na sexta-feira à noite (hora de Jacarta) e a ministra reconheceu que havia divergências sobre o texto entre os membros do G20, que integra a Rússia, os Estados Unidos e a China.
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