"Em relação ao ano fiscal de 2022, o dividendo por ação de 0,52 euros por ação será liquidado mediante um pagamento preliminar de 0,26 euros por ação em setembro de 2022, sendo o restante valor pago após a aprovação do dividendo na assembleia geral anual de 2023", lê-se no comunicado com os resultados de 2021 da petrolífera e perspetivas para este ano.
A Galp diz estarem ainda a ser planeadas "distribuições suplementares adicionais", a concretizar através da recompra de ações, sempre que o rácio da dívida líquida sobre o EBITDA RCA (lucros antes de juros, impostos, depreciações e amortizações, numa base 'replacement cost' ajustado) permanecer abaixo do objetivo de 1x.
Segundo acrescenta, a distribuição total aos acionistas (dividendo + recompras) está limitada a um terço do 'cash flow' operacional ajustado (OCF).
Relativamente a 2021, e em linha com o avançado no verão passado, a Galp irá propor um dividendo por ação de 50 cêntimos, dos quais 25 cêntimos já foram distribuídos em setembro do ano passado, sendo o restante valor liquidado após a aprovação da assembleia-geral de acionistas.
Em 2020, devido à pandemia, a petrolífera tinha reduzido o dividendo para 35 cêntimos por ação, interrompendo um ciclo de mais de uma década de sucessivos aumentos da remuneração acionista.
Para o exercício de 2022, a Galp projeta alcançar um EBITDA RCA de 2.700 milhões de euros, mais cerca de 400 milhões do que em 2021, e continuar a expandir os negócios na área das renováveis, com o objetivo de atingir uma capacidade total instalada de 12 Gigawatts (GW) em 2030.
Pretende ainda "explorar outras oportunidades na cadeia de valor energética" e acelerar a "descarbonização das suas operações, com a ambição de ser uma empresa com emissões líquidas zero até 2050 e com objetivos intermédios até 2030".
No âmbito do seu objetivo de "progredir ao longo da transição energética", a Galp propõe-se "manter um crescimento de 25% da produção 'upstream' entre 2021 e 2025, ao mesmo tempo que transforma progressivamente as suas atividades 'downstream'".
Segundo os resultados comunicados hoje à CMVM, a Galp obteve um lucro de 457 milhões de euros em 2021, depois dos prejuízos de 42 milhões no ano anterior.
O resultado ajustado antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (EBITDA) subiu 48% em 2021 para 2.322 milhões de euros, enquanto o 'cash flow' operacional ajustado (OCF) aumentou 49% em termos homólogos para 1.852 milhões de euros, suportado pelos fortes resultados do 'upstream'.
O 'cash flow' das operações (CFFO) do grupo ascendeu a 1.052 milhões de euros, refletindo um investimento em fundo de maneio durante o segundo semestre de 2021, "que incluiu um aumento temporário de 605 milhões de euros nas contas de cobertura de risco no aprovisionamento e preço de gás natural, os quais se estimam serem revertidos durante 2022", refere a empresa.
O investimento totalizou 936 milhões, "com o 'upstream' a representar 66% do total dos investimentos, enquanto as atividades de 'downstream' representaram 17% e as 'Renewables & New Businesses' 15%".
"O investimento líquido foi de 552 milhões de euros, considerando as receitas dos desinvestimentos, com destaque para a venda de uma participação na Galp Gás Natural Distribuição (GGND)" durante o primeiro semestre de 2021.
A dívida líquida aumentou para 2.357 milhões de euros e o rácio da dívida líquida sobre o Ebitda RCA no final do período foi de 1,1x.
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