De acordo com dados do Banco de Cabo Verde (BCV) compilados hoje pela Lusa, esse 'stock', que corresponde a divisas para garantir as importações para o arquipélago, ascendia no final de setembro de 2021 a 518,2 milhões de euros, subindo para 622,8 milhões de euros em dezembro.
"Passando a garantir 8,3 meses de importações de bens e serviços estimadas para o ano de 2021", refere o BCV, recordando que no final do terceiro trimestre essas reservas garantiam 6,9 meses das necessidades de compras ao exterior.
Apenas no quarto trimestre de 2021, o 'stock' de RIL de Cabo Verde cresceu, em valores absolutos, 104,6 milhões de euros, equivalente a 20,2%.
"Dados disponíveis apontam, no quarto trimestre, para uma contínua melhoria das contas externas face ao terceiro trimestre", acrescenta a informação do banco central.
Cabo Verde enfrenta uma profunda crise económica e financeira, decorrente da forte quebra na procura turística - setor que garante 25% do Produto Interno Bruto (PIB) do arquipélago - desde março de 2020, devido à pandemia de covid-19. Na prática, sem turismo, a entrada de divisas no país caiu fortemente, queda que não está a ser acompanhada na mesma proporção pelo volume gasto com as importações.
Cabo Verde registou em 2020 uma recessão económica histórica, equivalente a 14,8% do PIB. O Governo cabo-verdiano admite que a economia possa ter crescido 7,2% em 2021, impulsionada pela retoma da procura turística, e prevê 6% de crescimento em 2022.
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