Agências Moody's e Fitch descem classificação da Rússia
As agências de notação financeira Fitch e Moody's desceram hoje a classificação da Rússia para a categoria de países em risco de incumprimento da dívida, na sequência da invasão da Ucrânia.
© Reuters
Economia Ucrânia:
A Moody's reduziu a classificação da dívida a longo prazo de Baa3 para B3 e disse estar atenta às sanções impostas pelos países ocidentais à Rússia.
Já a Fitch baixou a classificação de BBB para B, com uma perspetiva negativa.
Estas classificações colocam a dívida da Rússia na categoria de grau especulativo.
"A descida da notação da Rússia" foi desencadeada pelas pesadas sanções impostas pelos países ocidentais, nomeadamente contra o banco central e as principais instituições financeiras russas, em resposta à invasão militar da Ucrânia, disse a Moody's, em comunicado.
A Fitch disse esperar mais sanções contra os bancos russos, acrescentando que se o conflito se prolongar num contexto de menor crescimento económico, o risco de instabilidade política na Rússia é ainda maior.
Entre as medidas económicas contra Moscovo, a UE confirmou que sete bancos russos serão excluídos do sistema de mensagens Swift, uma parte essencial das finanças internacionais, a partir de 12 de março, enquanto que o Banco Mundial cortou todos os programas de ajuda na Rússia e na Bielorrússia.
Uma segunda ronda de conversações de cessar-fogo entre negociadores russos e ucranianos está prevista para esta manhã.
A agência de classificação S&P já tinha baixado a classificação da Rússia na semana passada, também para grau especulativo, citando o aumento do risco de sanções.
A agência também tinha baixado a notação da dívida a longo prazo da Ucrânia em um ponto no sábado, pouco depois de uma decisão semelhante da Fitch, que agora a considera um investimento extremamente especulativo com risco de incumprimento.
A Rússia lançou na madrugada de 24 de fevereiro uma ofensiva militar com três frentes na Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamentos em várias cidades. As autoridades de Kiev contabilizaram, até ao momento, mais de 2.000 civis mortos, incluindo crianças, e, segundo a ONU, os ataques já provocaram mais de 100 mil deslocados e pelo menos 836 mil refugiados na Polónia, Hungria, Moldova e Roménia.
O Presidente russo, Vladimir Putin, justificou a "operação militar especial" na Ucrânia com a necessidade de desmilitarizar o país vizinho, afirmando ser a única maneira de a Rússia se defender e garantindo que a ofensiva durará o tempo necessário.
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