Trabalhadores da Rodoviária de Lisboa cumprem hoje greve de 24 horas
Os trabalhadores da Rodoviária de Lisboa (RL) cumprem hoje uma paralisação de 24 horas, com início às 03:00, acompanhada de uma greve ao trabalho extraordinário durante o mês de março, para reivindicar melhorias salariais.
© Flickr/BrunoRendezVous
Economia Rodoviária de Lisboa
A greve, a décima paralisação que os motoristas da RL realizam desde julho do ano passado, convocada pela Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações (FECTRANS), prende-se com a reivindicação dos trabalhadores de um aumento salarial para os 750 euros, de forma a "compensar a subida do salário mínimo".
Atualmente, o ordenado médio de um trabalhador da RL é de cerca de 700 euros (brutos), enquanto o ordenado mínimo nacional é de 705 euros.
Entre as reivindicações dos trabalhadores encontram-se ainda a "atualização do salário dos demais trabalhadores na mesma percentagem" que o dos motoristas, a "atualização do subsídio de refeição nos mesmos termos percentuais do aumento do salário do motorista", a "redução do intervalo de descanso para o máximo de duas horas" e a valorização da carreira da manutenção.
A administração da Rodoviária de Lisboa apresentou, entretanto, uma proposta para negociação salarial, no entanto as organizações sindicais consideraram-na "insuficiente", pelo que os trabalhadores mantiveram a greve.
Em comunicado, a Fectrans indicou que as organizações sindicais receberam da Associação Nacional de Transportadores Rodoviários de Pesados de Passageiros (ANTROP), em nome da administração da RL, uma proposta para negociação com vários pontos.
De acordo com o documento, para os trabalhadores da RL o vencimento base teria "um acréscimo de 25 euros em janeiro de 2022, mais um acréscimo de 20 euros em janeiro de 2023, um subsídio de agente único e integração total, passando a ser aplicado o regime ANTROP, em outubro de 2022".
Além, disso, a empresa iria "manter o atual intervalo de descanso e o regime de diuturnidades".
Para os trabalhadores abrangidos pelo contrato coletivo de trabalho (CCT) da ANTROP, decorre um outro processo de negociação, para o qual os sindicatos ainda aguardam entrega de uma proposta.
"Da parte do STRUP/FECTRANS considera-se esta proposta insuficiente, mas regista-se a alteração de posição da administração da empresa, que passou a aceitar negociar a atualização dos salários destes trabalhadores, quando antes remetia isso para a negociação do CCT setorial", refere o comunicado.
Agora, o Sindicato dos Trabalhadores de Transportes Rodoviários e Urbanos de Portugal (STRUP) irá apresentar uma contraproposta.
Em julho, a RL vai passar a integrar a recém-criada Transportes Metropolitanos de Lisboa, que operará nos 18 municípios da Área Metropolitana de Lisboa.
Atualmente, a Rodoviária de Lisboa, empresa de transporte rodoviário de passageiros, opera nos concelhos de Lisboa, Loures, Odivelas e Vila Franca de Xira, todos no distrito de Lisboa, servindo cerca de 400 mil habitantes.
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