Rodoviárias pedem atualização do valor mínimo pago pela AM Porto
As rodoviárias privadas que operam na Área Metropolitana do Porto (AMP) reiteraram hoje a necessidade da atualização do valor mínimo pago pela autoridade de transportes pela prestação do serviço, disse à Lusa Eduardo Caramalho, administrador da Valpi.
© Getty Images
Economia AMP
"Nós hoje reunimos e conversámos um bocado porque a evolução do gasóleo preocupa-nos de sobremaneira. Não é preciso estar com grandes explicações para perceber que isto pode ser terrível para nós", começou por dizer à Lusa o responsável da empresa, após uma reunião de vários operadores privados da AMP.
Referindo-se ao valor mínimo pago pela AMP às rodoviárias pela prestação do serviço público, o administrador da Valpi defendeu uma posição já conhecida das empresas, a de que seria necessário "ir olhando para estes valores, porque os custos aumentaram bastante".
"Ainda nem sabíamos que isto ia chegar a este ponto e pedimos, em dezembro, uma reunião na Área Metropolitana do Porto", disse à Lusa, referindo também que o encontro acabou por acontecer no dia 06 de janeiro e "correu bem".
Aí, os operadores privados da AMP pediram uma atualização de 8% do valor pago, com efeitos a 01 de janeiro, segundo o responsável.
"O valor de referência que nós tínhamos foi calculado com pressupostos que foram profundamente alterados", disse Eduardo Caramalho, acrescentando que desde então as empresas não obtiveram resposta por parte da AMP.
Confrontada hoje com a posição destes operadores, a AMP escusou fazer comentários, salientando que se encontram a decorrer os prazos legais para que as empresas mais bem classificadas no concurso internacional para o transporte rodoviário nos 17 municípios aceitem ou não a adjudicação dos respetivos contratos.
De acordo com aquela entidade, o prazo termina no dia 15 de março.
A Comissão Executiva da Área Metropolitana do Porto (AMP) aprovou na semana passada adjudicar o transporte público rodoviário da região aos operadores vencedores do concurso internacional.
À data, fonte da AMP revelou à Lusa que a decisão foi tomada na reunião da Comissão Executiva daquela manhã, estando aquele organismo a submeter a respetiva documentação na plataforma para que possa ser consultada pelos operadores.
Em declarações hoje à Lusa, Eduardo Caramalho, administrador da Valpi, defendeu que o aumento do que lembrou ser o "valor mínimo", face às circunstâncias, não iria "significar um aumento dos custos da AMP", já que acredita que a subida seria "menor que o aumento da procura" estimado inicialmente, "quando foi calculado o primeiro valor".
"A diferença que a AMP teria que pagar era menor, ainda assim, do que aquela que assumiu pagar antes", argumentou, dizendo ainda que para algumas empresas "as receitas não chegam, ainda hoje".
Atualmente, disse o responsável da Valpi, "apenas há tentativas de contactos informais com a AMP", mas "não há resposta".
"Hoje, juntos tivemos uma reunião [...] e a única coisa que resolvemos fazer foi reiterar a necessidade de alterar isto face ao que foi dito antes, e agora acrescido com estas evoluções recentes" relacionadas com o aumento do preço do gasóleo, afirmou.
Também vice-presidente da Associação Nacional de Transportes de Passageiros (Antrop), o administrador da Valpi considerou que as medidas do Governo são "momentâneas, rápidas, se calhar fáceis do ponto de vista do Governo, mas não são estruturantes e não resolvem o problema". "Atenuam", frisou.
Segundo as suas contas, há um ano "o gasóleo custava menos 50 cêntimos do que custa hoje" e o apoio do Governo apenas chega aos 30 cêntimos, e "mesmo quando houve aquela ajuda de 10, a diferença era de mais ou menos 20 cêntimos relativamente ao valor anterior".
"São bem-vindas as ajudas, mas não são suficientes", afirmou, considerando "evidente" que a redução dos impostos seria a solução e que "o transporte público deveria ter um regime de exceção" e uma "discriminação positiva", tal como acontece em vários países europeus.
Na sexta-feira, o Governo decidiu prolongar por três meses o apoio dado a táxis e autocarros, para mitigar o impacto da subida do preço dos combustíveis, pagando agora 30 cêntimos por litro.
Este mecanismo, que terminava no final de março, previa o pagamento de 10 cêntimos por litro.
Segundo o governante, durante os cinco meses em que foi aplicado este mecanismo, foram pagos 190 euros por táxi, valor que sobe agora para 342 euros.
No caso dos autocarros, foram pagos 1.050 euros até março, passando para 1.890 euros.
Matos Fernandes precisou ainda que para os táxis o 'plafond' mensal de litros fixa-se em 380 e para os autocarros em 2.100.
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