O aumento dos preços dos combustíveis já era esperado, mas vários postos de combustíveis acabaram por subir os preços acima do previsto na segunda-feira, altura em que o preço médio da gasolina simples 95 ficou bem próximo dos dois euros por litro.
A notícia, sublinhe-se, foi avançada pela CNN, que contactou a Galp, a Repsol e a BP mas não obteve uma justificação para os aumentos acima das previsões. De acordo com o canal de televisão, há duas explicações possíveis: as gasolineiras antecipam novas subidas do petróleo nas próximas semanas e estão, por isso, a precaver-se ou ao aumentar os preços a quantidade de combustíveis vendidos reduz-se, pelo que é preciso aumentar a margem por litro para gerar o mesmo volume de lucros.
Vale lembrar que o diploma que permite ao Governo limitar margens na comercialização de combustíveis foi publicado em outubro e está em vigor. Trata-se de um decreto-lei que determina "a possibilidade de fixação de margens máximas de comercialização para os combustíveis simples".
O secretário-geral da Associação Portuguesa de Empresas Petrolíferas (Apetro) disse, na semana passada, não ter memória de uma "subida tão grande" do preço dos combustíveis, após o anúncio da subida de 14 cêntimos no gasóleo e oito na gasolina na próxima semana.
António Comprido realçou, na altura, que Portugal não tem capacidade de intervenção na fixação dos preços dos combustíveis, pelo que a subida dos preços nos mercados internacionais "vai ter inevitavelmente de se refletir" no preço praticado nos postos de abastecimento.
Para atenuar o impacto desta subida, o Governo anunciou que vai criar, já a partir da próxima sexta-feira, um mecanismo de compensação de forma a reduzir no ISP (Imposto Sobre os Produtos Petrolíferos) a subida do IVA no preço dos combustíveis.
Além disso, o primeiro-ministro, António Costa, disse que o programa IVAucher dirigido aos combustíveis (Autovoucher) se vai manter enquanto for necessário.
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