Jerónimo Martins estima investimento de cerca de 850 milhões este ano

O grupo Jerónimo Martins diz que "ainda é cedo" para compreender "todas as consequências" da invasão da Ucrânia pela Rússia na região, mas estima, para já, um investimento de cerca de 850 milhões de euros este ano.

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Lusa
09/03/2022 20:23 ‧ 09/03/2022 por Lusa

Economia

Jerónimo Martins

Em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a dona do Pingo Doce salienta que, "acrescendo à incerteza associada à evolução da pandemia de covid-19, a situação na Ucrânia intensifica os desafios que se antecipam".

Na segunda semana após a invasão da Ucrânia pelas forças militares da Federação russa, "ainda é cedo para compreender todas as consequências sobre a região, sobre a Europa e sobre o mundo", sublinha a Jerónimo Martins.

"O rápido aumento da inflação dos produtos alimentares, da energia e dos transportes, é intensificado pelo conflito militar e por crescentes limitações sentidas nas cadeias de abastecimento internacionais" e, além disso, "verifica-se uma visível depreciação das moedas da Europa de Leste, nomeadamente do zloty".

Por isso, acrescenta, "a flexibilidade e a agilidade de resposta perante circunstâncias particularmente exigentes continuarão a caracterizar a atitude das nossas equipas que têm revelado uma notável mobilização para ajudar os refugiados".

A Jerónimo Martins aponta que neste contexto, de maior inflação alimentar, "a competitividade de preço e a criação de oportunidades de poupança para o consumidor através da atividade promocional tornam-se ainda mais críticas na agenda" de todas as empresas do grupo.

"A força do nosso balanço é fundamental, principalmente em tempos de incerteza" e "embora as circunstâncias atuais não aconselhem acelerar decisões em relação a futuros caminhos de crescimento, mantemos a flexibilidade financeira necessária para o fazer, sem comprometer a execução do plano de investimento para o ano (cerca de 850 milhões de euros) e o pagamento de dividendos proposto à assembleia-geral", sublinha.

A cadeia de supermercados polaca Biedronka, destaca, "está consciente das dificuldades acrescidas de gerir o equilíbrio entre o crescimento das vendas e a proteção da rentabilidade", sendo que "nas atuais circunstâncias, a sua principal prioridade é estar ao lado dos consumidores polacos e fazer justiça à promessa da insígnia num momento de diminuição do rendimento disponível das famílias".

E, apesar de ainda não se perceber o impacto da invasão da Ucrânia pela Rússia, "particularmente no alcance da inflação de custos, a Biedronka está preparada para reforçar o seu investimento em preço e garantir a sua competitividade, o que irá aumentar a pressão sobre as margens", prossegue.

Atualmente, a Biedronka espera "poder manter o seu plano de expansão" para este ano e abrir cerca de 130 lojas e um novo centro de distribuição, bem como remodelar cerca de 350 localizações.

"No entanto, a situação atual exige uma monitorização ainda mais rigorosa e uma maior capacidade de adaptação", pelo que "iremos, de forma contínua, reavaliar as necessidades e prioridades, garantindo que o nosso primeiro objetivo na Polónia é atingido: trabalhar com os nossos fornecedores para ultrapassar prováveis constrangimentos na cadeia de abastecimento e continuar a ser a loja alimentar preferida dos Polacos, enquanto apoiamos o esforço polaco para ajudar o povo ucraniano", refere.

A cadeia de saúde e bem-estar polaca Hebe, "a par da consolidação da rede de lojas (abertura cerca 30 lojas em 2022)" irá continuar focada "no crescimento da sua operação 'online'".

No mercado português, o Pingo Doce "alavancará a sua estratégia de crescimento nas categorias de frescos, com particular destaque para soluções de comida pronta onde tem vantagens competitivas evidentes e o suporte de duas cozinhas centrais e de equipas profissionais dedicadas". Está previsto inaugurar cerca de 10 novas lojas e remodelar cerca de 30 localizações este ano.

O Recheio "continuará a beneficiar da recuperação do canal HoReCa [Hotéis, Restaurantes e Cafés] que se espera que ganhe dinamismo com alguma recuperação do turismo, estando prevista a abertura de uma loja bandeira em Cascais".

Na Colômbia, a Ara "começa o ano numa de posição de liderança de preço" e este ano "o foco será trabalhar para ser a loja preferida do consumidor, através da aposta numa política de preços competitivos e promoções oportunas e bem desenhadas", adianta a Jerónimo Martins.

A Ara espera terminar o ano "com uma rede de mais de 1.000 lojas e alavancar no bom desempenho de vendas para melhorar a sua rentabilidade".

O lucro da Jerónimo Martins subiu 48,3% no ano passado, face a 2020, para 463 milhões de euros.

A Rússia lançou na madrugada de 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que causou pelo menos 406 mortos e mais de 800 feridos entre a população civil e provocou a fuga de mais de dois milhões de pessoas para os países vizinhos, segundo os mais recentes dados da ONU.

A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas a Moscovo.

Leia Também: Administração da Jerónimo Martins propõe dividendo bruto de 0,785 euros

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