O chamado Índice de Atividade Económica (IBC-Br), que o Banco Central brasileiro divulga mensalmente na tentativa de antecipar a trajetória do Produto Interno Bruto (PIB), caiu quase um ponto percentual no primeiro mês do ano, de 139,85 pontos em dezembro para 138,48 pontos em janeiro, segundo dados hoje divulgados.
A queda registada em janeiro coloca a atividade económica do Brasil em seu nível mais baixo desde dezembro de 2020 (138,18 pontos) e ainda abaixo do nível que tinha em fevereiro de 2020 (139,36 pontos), antes do Brasil registar seu primeiro caso de covid-19 e sofrer a crise económica gerada pela pandemia.
Como consequência da paralisação das atividades provocada pela emergência sanitária, a economia brasileira recuou 3,9% em 2020, sua maior queda em mais de duas décadas, mas reagiu no ano passado, quando o PIB registou um crescimento de 4,6%, seu maior aumento numa década.
No entanto, os economistas preveem que esta recuperação não será sustentada e apontam para um ligeiro crescimento do PIB de 0,49% em 2022, devido a diversos fatores que ameaçam o Brasil, como o aumento da inflação, as altas taxas de juros e a incerteza gerada pelas eleições presidenciais deste ano.
A economia brasileira também está ameaçada pelo desemprego ainda elevado, rendimento familiar estagnado e consumo com tendência negativa tanto pela inflação quanto pelo alto custo do crédito.
Soma-se aos fatores negativos já apontados pelos analistas a guerra da Rússia na Ucrânia, que já começou a pressionar ainda mais os preços, com forte subida nos combustíveis, além de colocar em dúvida a oferta de fertilizantes para a agricultura.
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