Em declarações à imprensa após ter participado, em Roma, numa reunião com os seus homólogos italiano, Mario Draghi, espanhol, Pedro Sánchez, e grego, Kyriako Mitsotakis (e ste último por videoconferência) para concertar posições e propostas relativamente à política energética, com vista à cimeira de 24 e 25 de março, Costa lembrou que "a França já assinou dois acordos com Portugal e com Espanha, um em 2014" e outro já consigo próprio, com o Presidente francês, Emmanuel Macron, e com o chefe de Governo espanhol, Pedro Sánchez.
O primeiro-ministro considerou que "as questões que foram colocadas pelos reguladores estão hoje ultrapassadas", pois "eram designadamente dizer que, face à abundância de fornecimento de gás, da Rússia designadamente, não havia necessidade de mercado de reforçar este abastecimento".
"Sempre achei que foi um disparate ter limitado essa análise a meras condições de mercado e desconsiderar o problema geoestratégico que estava subjacente, que é o facto de a UE não poder estar no grau de dependência energética que está relativamente à Rússia. Se tivéssemos feito essas interconexões quando elas foram acordadas hoje a Europa não estava no problema de dependência em que estava", observou.
Todavia, realçou que "o passado foi o passado, agora temos é que aprender com ele e, portanto, não perder nem mais um segundo".
"Eu creio que neste momento a França também tem consciência disso. Tem consciência de que a energia que podemos fornecer é complementar da energia que a França também produz e que também quer naturalmente vender para o mercado europeu, e, portanto, creio que estão criadas as condições", disse.
António Costa voltou a lembrar "a comunicação que a Comissão Europeia publicou há duas semanas" que "é inequívoca, e um dos exemplos que dá, alem da ligação entre a Grécia e a Bulgária, é a ligação entre Portugal e Espanha, e Espanha e a França, essa é muito clara".
"E dos contactos que tenho tido com a Comissão Europeia, não tenho a menor das dúvidas que esta interconexão é absolutamente prioritária. E se não for pela França, como é o caminho normal, há caminhos alternativos, mais caros, mais difíceis, mas que não deixarão de ser executados", concluiu.
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