A meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CNM) do Brasil em 2022 é de 3,5%, com uma tolerância de oscilação de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos.
O cálculo trimestral da entidade emissora, com base no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), índice oficial de inflação do país, tem uma probabilidade entre 88% e 97% de que os preços terminem o ano com um valor 7,1% superior.
A subida dos preços das matérias-primas, que tem impacto nos preços dos combustíveis, é a principal causa desse aumento da inflação no país, segundo o Banco Central brasileiro.
"A principal pressão sobre a inflação ao consumidor no próximo trimestre será devido aos preços dos combustíveis, refletindo a recente alta dos preços do petróleo", frisou o relatório.
Assim, "os reajustes dos preços dos produtos farmacêuticos, muito influenciados pela inflação passada, também devem ter uma contribuição importante" para o incumprimento da meta de inflação, acrescentou o banco central brasileiro.
O impacto da guerra entre Rússia e Ucrânia também foi considerado no cenário, principalmente devido ao aumento significativo do preço dos alimentos, pois a cadeia produtiva será afetada, principalmente considerando que o Brasil é uma potência agrícola.
O Brasil depende da importação de fertilizantes, em grande parte de países em conflito, para garantir a sua produção agrícola e exportações.
A guerra na Ucrânia, considerada órgão emissor brasileiro, também afetará a cadeia produtiva industrial.
"Os preços dos bens industrializados deverão continuar a apresentar uma subida relevante, apesar da redução das taxas de impostos, devido à persistência de pressões nas cadeias de abastecimento e aos preços das matérias-primas agravados pelo conflito", sublinhou.
A desvalorização do dólar face ao real e a redução do preço da energia - devido à superação da crise hídrica - planeadas pelo Governo devem ajudar a evitar que a inflação atinja níveis superiores aos já considerados no cenário atual.
Num cenário com o preço internacional do petróleo ajustado, o Banco Central brasileiro considera que a inflação seria de 6,3%, ainda acima da meta estimada.
O Brasil encerrou 2021 com inflação de 10,06%, a maior dos últimos seis anos, e com o impacto da pandemia de coronavírus SARS-CoV-2 na economia.
Para prourar atingir a meta de inflação, ou pelo menos se aproximar dela, o Comité de Política Monetária do Banco Central (Copom) vem elevando a taxa básica de juros, que está em 11,75% ao ano, com previsão de uma subida ainda maior até ao final do ano.
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