O organismo de estatística nacional publica a primeira notificação do Procedimento dos Défices Excessivos, que são entregues pelos Estados-membros a Bruxelas, estando associados os principais agregados das Administrações Públicas e as Contas Nacionais Trimestrais por Setor Institucional.
O Governo estimava, na proposta do Orçamento do Estado para 2022 (OE2022) que foi chumbada, entregue em outubro, um défice de 4,3% do PIB, mas o Ministério das Finanças antecipa que o défice em contabilidade nacional, a que conta para as comparações internacionais, deverá fixar-se abaixo da meta prevista.
"A evolução do saldo em contabilidade pública permite antecipar que o défice em contas nacionais em 2021 deverá ficar significativamente melhor face a 2020 (5,8%) e abaixo do limite estabelecido para 2021 (4,3%), cumprindo-se assim, pelo sexto ano consecutivo, as metas orçamentais", referiu o ministério tutelado por João Leão, em comunicado divulgado em 27 de janeiro.
Também os economistas consultados pela Lusa esperam que o saldo orçamental negativo se tenha situado abaixo da meta oficial do executivo.
Entre as principais instituições nacionais e internacionais, o Conselho das Finanças Públicas (CFP) prevê um défice de 3% do PIB este ano.
Também o governador do Banco de Portugal (BdP), Mário Centeno, acredita que o défice terá sido inferior a 3% do Produto Interno Bruto (PIB).
O Fundo Monetário Internacional é a instituição mais pessimista, esperam um défice de 4,8% do PIB, enquanto a Comissão Europeia antecipa um défice de 4,5% e a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento (OCDE) espera um saldo orçamental negativo de 4,3%.
Em 2020, o défice das Administrações Públicas fixou-se em 5,8% do PIB, atingindo -11.684,2 milhões de euros.
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