Em resposta a perguntas da agência Lusa, a transportadora - que opera entre ilhas com a SATA Air Açores e para o exterior da região com a Azores Airlines - admite que o aumento do preço do combustível "impacta naturalmente a operação das companhias aéreas do grupo", mas refere que se tem "mitigado este impacto através de maior esforço de poupanças em outras áreas, na busca de contínua eficiência na operação aérea".
De acordo com a SATA, "ainda é prematuro analisar com rigor o impacto que está a ter o custo dos combustíveis no cômputo geral da operação aérea, tendo em conta o ainda breve período de análise de que se dispõe neste momento".
"Por enquanto não estamos a aplicar outras ações, como, por exemplo, a aplicação de uma sobretaxa de combustível ou o aumento do preço da tarifa. Porém, se o fenómeno se mantiver por um período prolongado, esta posição poderá ter de ser reequacionada", é referido.
Segundo a empresa, os custos com combustível "representam, tipicamente, entre um quarto e um terço dos custos das companhias aéreas".
A TAP já anunciou que vai aumentar a sobretaxa de combustível devido à subida do preço do petróleo, indicando que, "a curto prazo, é inevitável que os preços das viagens" subam, de acordo com um comunicado emitido em 17 de março.
"Em consonância com outras grandes companhias aéreas, a TAP Air Portugal vai aumentar a taxa YQ (conhecida como taxa de combustível) devido ao aumento do preço do 'jetfuel' [combustível para aviação], um dos principais fatores de custo na aviação", referiu.
A RENA - Associação Representativa das Companhias Aéreas em Portugal admitiu já que, se o preço do combustível para aviões se mantiver elevado, "é razoável esperar" que se reflita nos resultados das companhias aéreas e nos preços aos clientes.
"Se o preço do combustível para aviões a jato se mantiver tão elevado, então, com o tempo, é razoável esperar que isso se reflita nos resultados das companhias aéreas e, consequentemente, nos preços aos clientes", disse o presidente da RENA, Paulo Geisler, em resposta escrita à Lusa.
Segundo o representante, "a absorção do aumento do preço dos combustíveis tem sempre um impacto muito grande nos custos" das companhias aéreas, sobretudo numa altura em que a indústria da aviação está ainda a recuperar da crise causada por dois anos de pandemia. O presidente da RENA realçou que o aumento do preço dos combustíveis "é mais um enorme desafio".
A RENA tem entre os seus associados a TAP, a SATA, a British Airways e a Swiss.
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