"Há mais encomendas este ano para particulares, pastelarias e mini-mercados", disse à agência Lusa Mónica Pereira, da Pastelaria Atlântida.
Os bolos de massa sovada, típicos dos Açores, são presença obrigatória na mesa dos açorianos durante a Páscoa e nas celebrações do Espírito Santo.
"Em 2020 e 2021, praticamente foram canceladas todas as festas. E foi muito complicado em termos de vendas", explicou ainda Mónica Pereira, referindo que este ano "já há mais encomendas, com o fim de muitas restrições" impostas pela pandemia.
Duartina Pacheco é sócia da Cooperativa de Panificação Alegria e Paz, na Lomba da Fazenda, no Nordeste, na ilha de São Miguel.
Nesta padaria, todas as semanas cozem bolos de massa sovada. Folares, só pela Páscoa.
"O covid-19 quebrou as encomendas. As pessoas não se podiam reunir, não podiam festejar. Mas, este ano esperemos que melhore o negócio", disse à Lusa Duartina Pacheco, indicando que a Cooperativa tem "recebido encomendas do concelho do Nordeste e de Ponta Delgada".
A massa "é caseira", tudo é "amassado à mão e os folares são cozidos em forno de lenha", explicou.
A restauração também assume ter "boas expetativas" para esta Páscoa que pode ser celebrada sem grandes restrições, permitindo maior liberdade também nas reuniões familiares.
"Estivemos a fazer algumas consultas aos nossos associados na área da restauração e a informação que temos é que já começam a aparecer algumas reservas para a Páscoa. principalmente dos residentes. Isto significa que as pessoas já não têm receio para se reunirem em espaços de restauração", referiu Cláudia Chaves, presidente da delegação dos Açores da Associação da Hotelaria, Restauração e Similares (AHRESP), em declarações à Lusa.
Cláudia Chaves adiantou que "as reservas estão a aparecer" para os restaurantes e convívios em hotéis, embora o setor se queixe de "falta de mão de obra na restauração".
"A expetativa é boa. Há um sentimento de que realmente os restaurantes vão encher-se para a Páscoa. Mas, com alguma contenção, porque não sabemos o que vai acontecer com a situação da crise sismovulcânica em São Jorge, como também com a questão da guerra na Ucrânia", sublinhou.
Depois de quebras nos negócios devido à pandemia, a presidente da AHRESP assinalou que os empresários do ramo da restauração querem ter os clientes de volta, continuando a trabalhar e mantendo os negócios.
"A única restrição que se mantém, devido à covid-19, é o uso da máscara. Mas já não há mais limitações nos espaços e isto faz com que as pessoas se queiram juntar", realçou.
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