O também ministro com a tutela das Finanças, Fomento Empresarial e Economia Digital falava após um encontro com empresários angolanos e cabo-verdianos na AIPEX (Agência de Investimento Privado e Promoção das Exportações de Angola), em Luanda, onde fez um retrato macroeconómico do seu país e as oportunidades que oferece aos investidores.
Focando-se na recuperação económica de Cabo Verde no pós-covid19, o governante apontou várias prioridades para os investimentos empresariais, entre as quais o turismo, o agronegócio e os transportes marítimos e aéreos, tendo sido já assinada uma parceria neste domínio entre a companhia aérea cabo-verdiana, TACV, e a transportadora angolana TAAG.
Sublinhando que a conectividade é importante para Cabo Verde, no contexto da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) e da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), afirmou que os privados que lancem um projeto nesta área terão o apoio do Governo no sentido de viabilizar o investimento.
O objetivo é "garantir a mobilidade ao nível da circulação de bens" e "intensificação das trocas comerciais entre os dois países", disse aos empresários.
"Tem de ser um projeto de base privada, com o forte suporte dos Estados que estão interessados, tendo em conta as externalidades que os transportes marítimos, e não só, podem trazer para as nossas economias", continuou Olavo Correia.
O vice-primeiro-ministro adiantou que há "alguns projetos em carteira" que estão a ser alvo de análise, sublinhando que o Governo quer criar condições para que os privados invistam no quadro de uma parceria entre público e privado.
Assinalou também que já foi feita no setor aéreo uma "boa operação" com o Estado angolano e com a TAAG, que está agora a começar.
"É uma operação que tem pernas para andar e que pode ambicionar voos mais altos, vamos começar por fases e vamos crescendo. A missão é atingir o mercado da CEDEAO e o mercado internacional", declarou, destacando que "para Cabo Verde é muito importante" esta conectividade internacional.
"Poder fazer isso com o Governo angolano, com empresas angolanas, é um privilégio que nós temos e queremos que seja um sucesso para Angola e para Cabo Verde, um sucesso para África e para o mundo", disse o governante.
Sobre se a TACV e a TAAG poderiam avançar para a criação de uma empresa conjunta, disse que essa possibilidade está prevista.
"Estamos a olhar para isto com total abertura, há um quadro de relacionamento constante entre os nossos dois governos (que) estão abertos para ir até ao limite do que a lei dispõe para viabilizarmos uma operação que possa permitir que tenhamos uma empresa forte, bem gerida, sustentável e que possa conectar Cabo Verde com o mundo", afirmou.
Para Olavo Correia, sem mobilidade aérea e ao nível dos transportes marítimos dificilmente Cabo Verde terá uma economia ligada ao resto do mundo, limitando as oportunidades para os jovens e empreendedores de todas as áreas de atividade (economia digital, economia verde, economia azul, turismo transportes, serviços, etc.)
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