Apenas 11,4% dos gestores esperam uma execução ética e transparente dos fundos no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), de acordo com o barómetro 'Corrupção e Transparência em Portugal', divulgado esta sexta-feira.
"Apenas 11,4% dos inquiridos esperam uma intervenção ética, imparcial e transparente do Governo na atribuição dos apoios associados ao PRR - até hoje o maior pacote de ajuda financeira alguma vez concedido pela Comissão Europeia aos seus Estados-membros", pode ler-se num comunicado a que o Notícias ao Minuto teve acesso.
Este barómetro, sublinhe-se, contou com a participação de 123 "altos quadros de empresas de referência a operar no mercado nacional" e tem como objetivo de apurar qual o impacto da corrupção nas empresas portuguesas e qual a perceção dos gestores face à execução do atual.
As conclusões mostram que os obstáculos a uma execução transparente atribuem-se, sobretudo, a uma fiscalização insuficiente (82,1%) e intimamente relacionada com a corrupção na atribuição de fundos (73,1%), bem como a uma burocratização excessiva.
"Além disso, o presente estudo refere que uma má execução do PRR poderá significar um atraso na implementação de reformas estruturais para o país (74,8%), enquanto nas empresas se receia a perda de competitividade", pode ainda ler-se no mesmo comunicado.
O estudo revela ainda que a corrupção é uma "preocupação premente para a maioria dos líderes empresariais portugueses".
"De acordo com os dados apresentados, 67,5% dos inquiridos considera que a existência de corrupção é um fenómeno habitual nas empresas portuguesas, surgindo esta essencialmente sob a forma de tráfico de influências", é referido.
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