Conferência. Instituições financeiras perceberam valor económico do mar
As instituições financeiras internacionais, organizações não governamentais e muitas empresas já entenderam o valor económico e ambiental dos mares, considera o vice-presidente da comissão organizadora da Conferência dos Oceanos da ONU, ideia suportada pelas presenças confirmadas no evento.
© iStock
Economia Conferência dos Oceanos
"Uma coisa muito crítica em tudo o que é clima e ação ambiental é o financiamento" e "as instituições financeiras internacionais e os bancos multilaterais de desenvolvimento vão estar aqui ao mais alto nível", revelou Alexandre Leitão em entrevista à agência Lusa sobre o evento que decorrerá em Lisboa, de 27 de junho a 01 de julho.
Existe disponibilidade de financiamentos "na ordem dos biliões, e eu não estou a confundir biliões com milhares de milhões. Estou a falar mesmo de biliões", afirmou o vice-presidente da comissão organizadora da Conferência dos Oceanos das Nações Unidas.
Isto mesmo pode confirmar numa conferência organizada em janeiro, em Brest, onde tal foi destacado por representantes das instituições financeiras internacionais.
Disseram esses responsáveis, segundo o representante de Portugal na organização da conferência da ONU, que "com a pressão dos mercados, dos acionistas e das opiniões públicas para o 'esverdeamento' dos portfolios dos investidores" chegaram a uma situação em que têm "mais dinheiro do que projetos".
Na conferência internacional sobre oceanos, Portugal, que acolhe o evento e é coorganizador, juntamente com a ONU e o Quénia, quer que haja o encontro entre projetos e financiamento.
"Vamos tentar criar a oportunidade para a comunidade que produz ideias, tem projetos, quer ousar", desde agentes privados e públicos, a jovens empreendedores, cientistas, "possa perceber como fazer para mobilizar esses tais financiamentos que existem e são na ordem dos biliões", detalhou Alexandre Leitão.
Um dos momentos para isso acontecer será o fórum sobre Economia Azul Sustentável e Investimento, integrado na conferência e que acontece a 28 de junho.
O PIB gerado pela economia do mar no mundo é ainda apenas de 5%, e em Portugal é também dessa percentagem, recordou Alexandre Leitão, sustentando que isso faz "pouco sentido" se pensarmos que 71% da superfície do planeta é ocupada por mar.
Em muitos países, e em Portugal até superior à média global, o PIB gerado pela economia azul "tem que ser um bocado maior", defende.
"Eu penso que temos aqui condições e vamos trabalhar para o fazer, e não só através dos segmentos formais da conferência", disse o vice-presidente da comissão organizadora da conferência, sublinhando que "foram apresentados 353 pedidos de eventos paralelos".
Alexandre Leitão adiantou que no total estão acreditadas 8.818 entidades para a conferência, que terá o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, na abertura e tinha confirmada, até 10 de maio, a presença de mais de 20 chefes de Estado e de Governo de todos os continentes.
Leia Também: ONU. Lisboa recebe Conferência dos Oceanos que a pandemia adiou
Descarregue a nossa App gratuita.
Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.
* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com