Brasil prevê aumento de 12% da colheita de café em 2022
O Brasil aumentará a sua colheita de café em 12% este ano, para 53,4 milhões de sacas de 60 quilos, apesar das condições climáticas adversas, que continuam afetando negativamente as previsões, segundo cálculos divulgados hoje pelo Governo.
© Lusa
Economia Brasil
A colheita esperada para 2022 será reduzida, porém, em 15,3% face à de 2020, segundo dados de um comunicado distribuído pela Companhia Nacional de Abastecimento.
A produção de café do Brasil, um dos maiores exportadores mundiais do grão, sofrerá impacto pelo clima já que o país passou por períodos no ano passado que alternaram entre secas e geadas que ainda afetam a colheita.
"A recuperação é limitada, pois a seca e as geadas do ano passado, principalmente nos estados de Minas Gerais, Paraná e São Paulo, enfraqueceram as plantas, influenciando o desempenho produtivo das lavouras de café", disse o presidente da companhia, Guilherme Ribeiro.
O café arábica deve ser o mais atingido, já que sua produção está concentrada nessas três regiões, que são as mais afetadas pelas baixas temperaturas e escassez de água.
Apesar disso, a Companhia Nacional de Abastecimento projeta uma recuperação em relação à colheita imediatamente anterior e estima que serão arrecadadas 35,7 milhões de sacas de 60 quilos dessa especialidade.
"No entanto, esperava-se um potencial produtivo maior, já que 2022 será um ciclo bienal positivo. Se comparado à safra de 2020, espera-se uma queda de 23,6%", disse.
Em relação à área de cultivo de grãos para este ano, a companhia prevê um aumento de 1,9% face a 2021, chegando a um total de 2,24 milhões de hectares cultivados.
A entidade destacou no seu relatório que também espera uma recuperação restrita das exportações brasileiras de café, que caíram 10,8% nos primeiros quatro meses de 2022 face ao mesmo período do ano passado.
Apesar das quedas na produção, a demanda global pelo grão deve continuar crescendo nos próximos meses, embora possa ser afetada pela guerra na Ucrânia, que fez com que os preços das matérias-primas, incluindo o café, disparassem em várias partes do mundo, segundo a companhia.
"A guerra no Leste Europeu intensificou a inflação global, ameaçando a demanda por café e favorecendo a migração de investidores para outras matérias-primas com perspetiva de maior valorização", concluiu.
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