O ministro das Finanças, Fernando Medina, adiantou, esta segunda-feira, que Portugal vai crescer significativamente ao longo deste ano, antecipando também que sejam cumpridas as metas orçamentais, mesmo depois de Bruxelas ter proposto que estas continuem suspensas no próximo ano.
"Vamos crescer significativamente ao longo deste ano, com um desemprego baixo. É também antecipável que nós cumpramos as metas orçamentais e também em matéria de redução da dívida pública", disse o ministro das Finanças, à entrada para a reunião do Eurogrupo e em declarações transmitidas pela RTP3.
A Comissão Europeia recomendou hoje que Portugal leve a cabo no próximo ano "uma política orçamental prudente" e, para o período posterior a 2023, assegure "uma redução credível e gradual" da dívida, que continua muito elevada.
Medina diz que nestas recomendações, Bruxelas faz também "reconhecimentos importantes do ponto de vista da solidez do nosso sistema financeiro, por exemplo, incentivando a prosseguir o caminho" que está inscrito no OE2022.
A Comissão Europeia considerou também que Portugal continua a experimentar desequilíbrios macroeconómicos, sobretudo devido aos elevados níveis de dívida pública, privada e externa, num contexto de baixo crescimento da produtividade.
Confrontado com este facto, Medina disse estar "globalmente muito satisfeito com o que a Comissão [Europeia] avança relativamente ao orçamento português, relativamente ao nosso país".
Admite, contudo, que "há desiquilíbrios que o nosso país tem que o Governo tem sido o primeiro a reconhecê-los", acrescentando: "Eu próprio já o fiz, nomeadamente relativamente ao peso excessivo da dívida pública, [e] a importância de continuarmos a reforçar a produtividade".
Medina adiantou ainda que estará em cima da mesa do Eurogrupo uma discussão em torno dos candidatos ao ao cargo de diretor executivo do Mecanismo Europeu de Estabilidade (MEE), sendo que Portugal apresentou o nome do ex-ministro das Finanças João Leão, aquela que considera ser uma "candidatura forte, que recolhe já apoios importantes". Contudo, "não é expectável que hoje saia uma indicação da decisão final".
[Notícia atualizada às 13h30]
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