"Vamos fazer um protesto simbólico, assistindo nas galerias da Assembleia da República à votação do OE2022, para mostrar o nosso desconforto por um orçamento a meio tempo que nos conduz a mais um ano de perda salarial", disse o secretário-geral da FESAP, José Abraão, à agência Lusa.
A FESAP reivindica para os funcionários públicos, entre outras coisas, aumentos salariais acima da inflação, dado que os 0,9% aplicados em janeiro nem a inflação cobriram.
Segundo José Abraão, as medidas fiscais previstas no OE2022 também "são muito limitadas", não libertando rendimento para os trabalhadores.
"O Orçamento do Estado devia ter uma política fiscal que não obrigasse milhares de trabalhadores a pagar para trabalhar", disse, referindo a elevada carga fiscal que sobrecarrega os portugueses.
"Nada disto está lá [no OE2022], por isso é evidente que não podemos estar de acordo, nem podemos concordar que os resultados económicos do ano passado vão todos para a redução da divida e do défice. Não é assim que se combate a pobreza laboral", considerou o sindicalista.
José Abraão defendeu que o combate aos baixos salários é responsabilidade do Governo e considerou que existe "margem de manobra para aumentar os salários dos trabalhadores".
Dado que sexta-feira é o dia da votação final global do Orçamento do Estado para 2022, uma delegação de dirigentes da FESAP vai estar nas galerias da Assembleia da República como forma de protesto contra um Orçamento que considera ser "austero e parco em medidas para a Administração Pública".
Para a FESAP, o orçamento para este ano, cuja aprovação está garantida pela maioria de deputados que suporta o Governo, "será executado numa conjuntura de inflação crescente e pouco ou nada avança nas matérias mais relevantes para o futuro dos trabalhadores da Administração Pública e dos próprios serviços públicos, em particular no que respeita a vínculos, carreiras e remunerações".
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