Ryanair estima ter tarifas entre 8% a 9% mais elevadas este verão

A Ryanair estima ter tarifas entre 8% a 9% mais elevadas este verão, em julho e agosto, "arrastada" pela concorrência que sobe preços dada a alta do combustível, prevendo, ainda assim, operar mais 115% do que antes da pandemia.

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Lusa
14/06/2022 12:52 ‧ 14/06/2022 por Lusa

Economia

Ryanair

"De momento, com base nas reservas antecipadas para julho e agosto, parece que as tarifas serão mais elevadas, entre mais 8% a 9% em julho e agosto", disse o presidente executivo do grupo Ryanair, Michael O'Leary, em entrevista à Agência Lusa em Bruxelas.

Em Bruxelas para reuniões com os sindicatos belgas e para discussões sobre as novas regras para o regime de comércio de licenças de emissão da União Europeia, Michael O'Leary afirmou à Lusa que "as tarifas estão estáveis em junho face ao período pré-covid-19, depois de terem descido 6% a 7% em abril e maio", com os preços cobrados aos passageiros a serem "mais altos em julho e agosto".

"Deve-se em grande parte ao custo mais elevado do combustível na concorrência, que aumentam as tarifas para pagar o combustível mais elevado", pelo que, apesar de "nós cobrirmos o nosso combustível, estamos a ver as nossas tarifas serem arrastadas pelas dos concorrentes", explicou o responsável.

De acordo com Michael O'Leary, a companhia aérea irlandesa de baixo custo pretende "manter as tarifas baixas", razão pela qual aposta em 70 novas aeronaves este verão e mais 55 aeronaves no próximo inverno.

"Estamos a acrescentar capacidade para manter as tarifas baixas, mas a concorrência está a fazer subir os preços porque estão mal protegidos", adiantou.

Sobre previsões para a operação no verão, Michael O'Leary referiu que a Ryanair estima "operar a cerca de 115% do pré-covid-19", dado estar a "crescer muito fortemente".

"Em abril e maio, o nosso tráfego foi mais elevado do que em 2019 pré-covid-19 e, por isso, continuamos a ser a única companhia aérea que este verão estará a operar a mais do que o nosso tráfego pré-covid-19", adiantou.

A expectativa da companhia aérea é ainda que, este verão, os destinos portugueses sejam dos mais procurados na Europa.

"Há um crescimento no Porto, em Faro, na nova base na Madeira está a correr incrivelmente bem", concluiu Michael O'Leary.

A Ryanair conta atualmente com 89 bases em 225 aeroportos de 36 países europeus.

O setor da aviação foi um dos mais afetados pela pandemia, tendo as companhias aéreas europeias perdido cerca de 500 milhões de passageiros entre 2020-2021 em comparação com 2019 e despedido 150 mil funcionários.

Com a eliminação das restrições covid-19, o setor aéreo já vê sinais de recuperação, que é afetada contudo pelas tensões geopolíticas devido à guerra da Ucrânia, causada pela invasão russa no final de fevereiro passado.

As tensões geopolíticas devido à guerra da Ucrânia também pressionam os preços energéticos, num setor que já estava em crise ainda antes do confronto.

Os preços dos combustíveis dispararam nas últimas semanas e alcançaram os níveis mais altos da última década devido aos receios de redução na oferta.

Este aumento dos combustíveis pressiona o setor da aviação, o que poderá resultar em bilhetes de avião mais caros, já que o combustível representa até 35% dos custos operacionais das companhias aéreas.

As mais recentes previsões internacionais indicam que as transportadoras aéreas europeias não deverão apresentar lucros até 2023 ou 2024, na melhor das hipóteses.

Leia Também: Ryanair diz que filas no aeroporto de Lisboa acontecem noutros países

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