Wall Street fecha sem rumo e incapaz de recuperar de queda
A bolsa nova-iorquina encerrou hoje de forma contrastada, incapaz de recuperar da forte queda de quinta-feira, com os investidores sem convicção e com um mercado volátil por razões técnicas.
© Lusa
Economia Wall Street
Os resultados definitivos da sessão indicam que o índice seletivo Dow Jones Industrial Average baixou 0,13%, ao contrário do tecnológico Nasdaq, que progrediu 1,43%, e do alargado S&P500, que avançou 0,22%.
Para Kim Forrest, da Bokeh Capital Partners, a aproximação de um fim de semana prolongado, uma vez que segunda-feira é feriado, reduziu o envolvimento dos investidores, o que pesou na capacidade do mercado bolsista assumir uma direção clara.
Por outro lado, o dia de hoje correspondeu à expiração das opções, produtos financeiros que permitem apostar na alta ou na baixa de ações e índices.
Este dia, designado 'dia das bruxas', termo usado pelos operadores, é tradicionalmente fonte de volatilidade exacerbada.
"Foi quase como uma sessão para nada", sintetizou Kim Forrest, "apesar de ser sempre importante acabar em alta".
Já Karl Haeling, da LBBW, considerou que "os mercados desceram muito, mas ainda não o suficiente para se poder falar em bater no fundo, pelo que se fez uma pausa técnica".
No conjunto da semana, o S&P500 recuou 5,79%. "Ele ainda tem muito a digerir, o que é problemático", acrescentou.
Durante esta semana, Wall Street conheceu um índice de preços no consumidor acima do esperado, na sexta-feira, uma brutal subida da taxa de juro de referência pelo banco central norte-americano e um vento de pânico causado pela perspetiva de uma possível recessão.
As esperanças com uma acentuada recuperação técnica no dia de hoje foram arrefecidas por uma série de indicadores dececionantes, que alimentaram a tese de um desaceleração em curso da economia dos EUA.
A produção industrial só aumentou 0,2% em maio nos EUA, em relação a abril, menos do que os 0,5% esperados pelos economistas.
Outra deceção veio da taxa de utilização das capacidades de produção, que aumentaram modestamente, em 79,0%, depois de 78,9% em abril, abaixo dos 79,3% esperados.
O conjunto de indicadores também não foi salvo pelo inquérito do instituto Conference Board, que revelou que 76% dos 750 empresários inquiridos no mundo consideraram que se estava a anunciar uma recessão, com alguns a entenderem mesmo que ela já estava presente.
"Todos receiam uma recessão no próximo ano, mas é possível que já se esteja em recessão", disse Karl Haeling, apontando que o produto interno bruto dos EUA se contraiu no primeiro trimestre e o banco da Reserva Federal em Atlanta reviu para zero por cento a taxa de crescimento para o segundo trimestre, quando antes esperava 0,9%.
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