Wall Street acaba em alta com investidores esperançados em recessão curta
A bolsa nova-iorquina encerrou hoje em alta uma sessão de altos e baixo, a acompanhar a audição do presidente da Reserva Federal (Fed), Jerome Powell, no Congresso, durante a qual voltou a mostrar determinação em combater a inflação.
© Reuters
Economia Bolsa de Nova Iorque
Os resultados definitivos indicam que o índice seletivo Dow Jones Industrial Average ganhou 0,64%, para 30.677,36 pontos, o tecnológico Nasdaq avançou 1,62%, para as 11.232,19 unidades, e o alargado S&P500 progrediu 0,95%, para as 3.795,73.
"A recessão continua s ser o ponto central dos debates em Wall Street", realçou Edward Moya, da Oanda.
Mas, para Karl Haeling, do LBBW, uma mudança das expectativas dos investidores sobre a subida das taxas de juro parece indicar que o receio de recessão pode ser curto.
"Foi uma sessão muito interessante. Há uma semana, os investidores apontavam para que a principal taxa de juro da Fed superasse os quatro por cento e atingisse um pico no terceiro trimestre de 2023. Mas agora esperam que o seu máximo seja 3,5%, atingido no primeiro trimestre de 2023", especificou.
Ou seja, os investidores esperam uma subida das taxas mais rápida, o que corresponde a um arrefecimento da economia mais curto.
Os rendimentos da dívida pública a 10 anos, que evoluem em sentido inverso ao do preço, baixaram dos 3,15% de quarta-feira para os 3,08% de hoje.
Já os rendimentos dos títulos a dois anos aproximaram-se fortemente dos proporcionados a 10 anos, alcançado os três por cento, um "nivelamento da curva" de rendimentos, o que é interpretado como um sinal de recessão a curto prazo.
"Ao mesmo tempo, assiste-se a uma revisão global dos preços, como os das matérias-primas, que estão em mínimos de 15 meses, ou os da energia, que estão no mais baixo em um mês", realçou Haeling.
"Estamos a ter de tomar grandes decisões no mercado acionista", indicou, para explicar a variação de humor entre os acionistas.
"Temos de vender, porque vamos entrar em recessão, ou devemos comprar, porque a amplitude das subidas da taxa vai ser menor e mais rápida do que se tem admitido?", desenvolveu.
Perante uma comissão da Câmara dos Representantes, no seu segundo dia da audição anual no Congresso, Jerome Powell, "manteve a sua posição belicista na uta contra a inflação", indicou Edward Moya.
O presidente da Fed repetiu que a luta contra a inflação, que esta no máximo de 40 anos, continuava a ser "incondicional".
Para Quincy Krosby, da LPL Financial, os investidores estão a hesitar entre apetite e aversão ao risco "até que, tal como a Fed, entendam que existem provas tangíveis de que a inflação atingiu um máximo".
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