Oceanos: FAO preocupada com aumento de 25% no preço do peixe

O preço do peixe aumentou 25% a nível mundial entre dezembro de 2021 e abril passado, tendência que se estende a todo o sistema alimentar mas que é "muito preocupante" para a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura Organização (FAO).

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Lusa
29/06/2022 14:48 ‧ 29/06/2022 por Lusa

Economia

FAO

"Estamos muito preocupados com isso", admitiu o diretor de Pescas e Aquicultura da FAO, Manuel Barange, durante a apresentação do relatório SOFIA 2022 da organização, na Conferência dos Oceanos da ONU que decorre em Lisboa.

Este aumento do preço do peixe não é "incomum", pois está a afetar todo o sistema alimentar, mas a FAO reconheceu que "pressiona os consumidores de todo o mundo".

"É muito importante para nós não só produzirmos de forma sustentável e equitativa, mas também de forma acessível", defendeu Manuel Barange, que lembrou que 3.000 milhões de pessoas, quase metade da população mundial, não podem pagar uma alimentação saudável.

Segundo o mesmo responsável, há evidências claras de que os alimentos aquáticos são uma parte importante de uma dieta saudável, razão pela qual se deve "garantir que a produção seja acessível a todos".

Para isso, é necessário desenvolver a aquicultura a um custo "mais baixo", com necessidades de produção "menos intensas", defendeu o responsável da FAO, descartando que o aumento de preços possa levar a mais sobrepesca ou pesca ilegal.

"Se a gestão é boa, não pressiona os recursos", considerou, dando exemplos como os Estados Unidos, com 92% das populações com gestão sustentável, e a Nova Zelândia e a Austrália, com 85% e 86% de igual gestão, respetivamente.

"Mesmo aqui, em Portugal e na costa norte de Espanha", 86% está sob gestão sustentável, acrescentou, insistindo na necessidade de "garantir "uma gestão sustentável dos recursos, segundo Manuel Barange.

O relatório SOFIA 2022, apresentado hoje, conclui que o crescimento da aquicultura levou a produção pesqueira e aquícola a recordes e é, portanto, cada vez mais decisivo para garantir a segurança alimentar e acabar com a fome no mundo.

O dia ficou também marcado por protestos de ONG e da sociedade civil para sensibilizar governos e agentes privados para a necessidade de medidas urgentes em defesa dos oceanos.

Leia Também: FAO alerta que mundo não eliminará a fome até 2030 se guerra continuar

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