NOS. Anacom tem o "dom de ver tudo sob a perspetiva negativa"
O presidente executivo da NOS defendeu hoje que a Anacom tem o dom de ver tudo sob a perspetiva negativa, considerando ainda que as obrigações para 2023, em matéria de 5G, deveriam ser revistas face ao atraso no concurso.
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Economia 5G
"A Anacom [Autoridade Nacional de Comunicações] tem este dom de, sistematicamente, ver tudo sob a perspetiva negativa e de atacar as empresas do setor. O leilão [de 5G], por incompetência e inoperância do regulador, durou quase um ano", afirmou Miguel Almeida aos jornalistas, à margem da inauguração do Hub 5G da NOS, em Lisboa.
A NOS é a operadora que instalou maior número de estações 5G até agora, seguida da Vodafone e Meo (Altice Portugal), de acordo com o primeiro balanço sobre o desenvolvimento desta nova tecnologia hoje divulgado pela Anacom.
"A NOS foi o operador que até ao momento instalou um maior número de estações 5G, 1.937 estações (66%), seguindo-se a Vodafone com 534 estações (18%) e a Meo com 447 estações (15%)", refere a Autoridade Nacional de Comunicações (Anacom), que divulga hoje "um primeiro balanço sobre o desenvolvimento observado nas redes móveis de última geração".
Em termos de número de estações de base já instaladas com tecnologia 5G, o número total, e de acordo com a informação reportada à Anacom até final dos primeiros seis meses do ano, "ascende a 2.918 estações espalhadas por 198 concelhos (64% dos concelhos no país) e 859 freguesias (28% das freguesias no país)".
A maior parte das estações 5G (79%), ou seja, 2.316, está localizada em áreas predominantemente urbanas, 11% (325) estão em áreas medianamente urbanas e apenas 10% (277) em áreas predominantemente rurais.
Nas freguesias de baixa densidade, "a esmagadora maioria ainda não dispõe de estações 5G, 86% do total (1479 freguesias). Apenas 14% do total (250 freguesias) dispõem já de estações 5G".
"No caso da NOS, estamos a falar de quase 2.000 estações [...]. Estamos a falar de uma cobertura de quase 80% da população em seis meses, graças ao atraso do próprio regulador, se não já estaria mais à frente. E o que faz o regulador? Pega no negativo [...]. É uma forma inaceitável de se estar", considerou o presidente executivo da NOS.
Relativamente ao nível de investimento em 5G (quinta geração móvel) para os próximos anos, este responsável disse que a NOS vai manter a "ambição de liderança, que não se esgota em seis meses", escusando-se a adiantar números, tendo em conta que se trata de uma empresa cotada.
Contudo, referiu não ser necessário manter sempre o mesmo nível de investimento, sobretudo, a partir do momento em que todos os portugueses já estejam cobertos por estar tecnologia.
Nos últimos dois anos, a NOS investiu mais de 350 milhões de euros em 5G.
"A nossa ambição é a de que, até ao final de 2023, estejamos muito perto da cobertura integral do país", notou.
Já no que se refere ao prolongamento de prazos e metas para o 5G, Miguel Almeida defendeu ser compreensível que estes sejam revistos, vincando que devia ser a própria Anacom a avançar com essa proposta, apesar de ressalvar não esperar que tal aconteça.
De acordo com a NOS, as metas e obrigações de cobertura já remontam a 2020, tendo em conta que era esperado que o leilão tivesse terminado e que a exploração comercial estaria a iniciar-se no primeiro trimestre de 2021.
"O próprio regulador atrasou o processo um ano. Era expectável que, pelo menos, nas obrigações de 2023, houvesse um ajusto correspondente ao atraso na atribuição do espetro", constatou.
Miguel Almeida garantiu que, formalmente, a NOS não avançou com nenhum pedido neste sentido porque entende que deve ser o regulador a avançar com a iniciativa ou mesmo o Governo, apesar de não esperar que tal venha a acontecer.
A NOS investiu 1,8 milhões de euros na criação do NOS Hub 5G, localizado em Lisboa, "um laboratório vivo dotado das mais recentes infraestruturas tecnológicas", disse o administrador Manuel Ramalho Eanes à Lusa.
"Criámos aqui o mais avançado centro de inovação 5G do país e acreditamos que é o primeiro com este propósito", acrescentou o gestor.
Localizado no edifício da NOS no Parque das Nações, em Lisboa, o NOS Hub 5G é um espaço de capacitação de empresas, 'startups' (empresas com rápido potencial de crescimento económico), universidades e parceiros, ocupando uma área de 464 metros quadrados e dividido em quatro áreas centrais: demonstração, formação, ideação/experimentação e trabalho colaborativo.
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