"Política orçamental tem que ser prudente, mas manter-se flexível"
Fernando Medina sublinha que o país terá que lidar com dois riscos durante os próximos meses: o da inflação e o do abrandamento das economias.
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Economia Medina
O ministro das Finanças, Fernando Medina, disse esta terça-feira, que a política orçamental tem que ser prudente, mas manter-se flexível, sublinhando que o país terá que lidar com dois riscos durante o segundo semestre de 2022 e ao longo do próximo ano.
"Durante a segunda metade de 2022 e durante o ano de 2023 vamos ter de lidar com dois riscos: o da inflação, que é um risco real já materializado, mas também o de abrandamento das economias, em particular os que possam resultar de decisões mais agressivas dos fluxos de abastecimento de energia à Europa", disse o ministro das Finanças, à saída da reunião do Ecofin, acrescentando que a "política orçamental tem que ser prudente, mas manter-se flexível".
Questionado sobre a taxa de inflação de junho, que o INE confirmou hoje que foi a mais elevada desde 1992, Medina diz que não se trata de uma "novidade" - uma vez que os dados confirmam as estimativas preliminares - e destaca as medidas do Governo que foram anunciadas para responder ao aumento dos preços, em particular aos combustíveis.
"O preço dos combustíveis seria hoje significativamente mais elevado se não contasse com um apoio via redução do ISP que tem um impacto significativo do ponto de vista dos cofres do Estado", disse o ministro das Finanças, acrescentando com o "reforço do apoio para o cabaz alimentar", que considera ser um "importante apoio".
Questionado sobre a decisão de Espanha, de criar um imposto extraordinário sobre a banca e as grandes empresas energéticas, Medina diz que vai aguardar para conhecer mais detalhes sobre a proposta e não fecha a porta a que o mesmo venha a ser uma realidade em Portugal:
"Iremos aguardar e ver os detalhes da apresentação que foi feita pelo governo espanhol, não se tratou de uma iniciativa coordenada. (...) Todos compreenderão que se há setores que apresentam lucros extraordinários decorrentes nesta situação precisa que não possam beneficiar dessa situação sem haver uma partilha dos custos sociais que a situação está a gerir", disse o ministro das Finanças.
[Notícia em atualização]
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