Nas previsões macroeconómicas de verão, hoje divulgadas, o executivo comunitário antevê que a inflação média anual atinja "máximos históricos" em 2022, de 7,6% na zona euro e 8,3% na UE, antes de abrandar em 2023 para 4% e 4,6%, respetivamente.
Nas suas previsões da primavera, publicadas em maio passado, o executivo comunitário já tinha projetado uma "revisão considerável" em alta da taxa de inflação na zona euro este ano, para 6,1%, principalmente impulsionada pelos preços energéticos e alimentares, com pico no segundo trimestre e descida em 2023.
Nos dados hoje anunciados, Bruxelas recorda que "a inflação global, até junho, atingiu máximos recordes à medida que os preços da energia e dos alimentos continuaram a crescer e as pressões sobre os preços se alargaram aos serviços e outros bens", o que levou a uma nova revisão "consideravelmente em alta" face à projeção da primavera.
Na zona euro, a inflação homóloga cresceu fortemente no segundo trimestre de 2022, de 7,4% em março para um novo máximo histórico de 8,6% em junho.
Na UE, o aumento foi ainda mais pronunciado, com a inflação a subir de 7,8% em março para 8,8% em maio.
Além do forte aumento dos preços no segundo trimestre, pesa também nas estimativas comunitárias "um novo aumento dos preços europeus do gás", que passa para os consumidores também através dos preços da eletricidade, dada a configuração da rede energética europeia, assinala Bruxelas.
O executivo comunitário adianta que a inflação homóloga deverá atingir um pico de 8,4% no terceiro trimestre de 2022 na zona euro e, a partir daí, "diminuir regularmente e descer para 3% no último trimestre de 2023, tanto na zona euro como na UE, à medida que as pressões das restrições de abastecimento e os preços das mercadorias se desvanecem".
As previsões surgem numa altura em que os preços na zona euro e na UE batem máximos devido aos constrangimentos das cadeias de abastecimento, recentemente acentuados com as tensões geopolíticas da guerra da Ucrânia.
A inflação é, por estes dias, mais acentuada no que toca aos preços energéticos, tendo os preços dos combustíveis fósseis (como o gás) disparado nas últimas semanas e alcançado os níveis mais altos da última década devido aos receios de redução na oferta provocada pela invasão russa da Ucrânia.
A taxa de inflação na zona euro e na UE tem vindo a acelerar e a atingir valores recorde.
[Notícia atualizada às 10h27]
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