Moçambique. Redução significativa da dívida pouco provável até 2028
O economista-chefe do Standard Bank disse hoje que é pouco provável que haja uma redução significativa do rácio da dívida pública de Moçambique sobre o PIB até quase ao final da década, prejudicando o investimento.
© Lusa
Economia Standard Bank
"É pouco provável que haja uma redução substancial do rácio da dívida face ao Produto Interno Bruto (PIB) de Moçambique até 2027 ou 2028, ano em que as receitas do gás deverão começar a ser mais significativas", disse Fáusio Mussá durante a intervenção dedicada a este país lusófono.
Na conferência sobre oportunidades de investimento em Angola e Moçambique, organizada pelo Standard Bank hoje em Lisboa, Fáusio Mussá disse que o rácio tem estado acima dos 100%, o que prejudica o interesse dos investidores, já que uma das variáveis macroeconómicas mais olhadas pelos investidores é este indicador que mede o montante de dívida pública em função da riqueza do país.
Este cenário de dívida elevada obriga o país "ou a financiar-se no exterior ou a fomentar a participação do setor privado", acrescentou o economista-chefe do Standard Bank, notando que o acordo de assistência financeira com o Fundo Monetário Internacional é muito positivo não só pelo valor de mais de 450 milhões de dólares, quase o mesmo em euros, mas também pela confiança que imprime nos investidores estrangeiros.
"O FMI aprovou um programa que entrou em vigor em junho, e que dá credibilidade às reformas que o país quer implementar; os parceiros estão agora dispostos a conceder apoio orçamental geral, ou seja, sem contrapartidas, como é o caso do Banco Mundial, que entregou 300 milhões de dólares ao Governo para usar onde pensa que terá mais retorno social e económico", disse Fáusio Mussá.
Este apoio externo, acrescentou o economista, "é extremamente importante para um país que precisa de uma ponte entre as receitas futuras de gás e o tempo de espera até lá, que é preciso gerir".
Sobre o cenário macroeconómico, Fáusio Mussá disse que o Standard Bank antevê um crescimento médio de 3,9% até 2025, que apesar de ser significativamente maior do que em Angola e acima do crescimento da população, "é muito inferior ao necessário, porque seria preciso crescer acima de 8% para reduzir a pobreza que afeta 50% da população".
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