Contribuições nacionais sobre banca são "fardo insuportável"
O presidente da Comissão Executiva (CEO) do BCP, Miguel Maya, classificou hoje de "fardo insuportável" as contribuições nacionais exigidas aos bancos e afastou descida das comissões.
© Lusa
Economia BCP
Apontando os 62,2 milhões de euros que pagas pelo banco no primeiro semestre deste ano, a título de contribuições obrigatórias, Miguel Maya considerou-as "um fardo insuportável" que "mina a competitividade do banco" quando se fala em competitividade na zona euro.
O CEO do BCP respondia a uma questão relacionada com a taxação dos chamados 'lucros caídos do céu' , salientando que a vida do banco na última década tem sido "apanhar com fardos pesadíssimos 'caídos do céu'".
"Não sei o que serão para o BCP os proveitos caídos do céu", referiu indicando que a rendibilidade de capital do banco foi inferior aos 3%, um resultado afetado pelas contribuições obrigatórias que incidem sobre o setor bancário, nomeadamente, a contribuição extraordinária, a contribuição de solidariedade e a contribuição para o Fundo de resolução.
Questionado sobre se, perante os resultados obtidos neste primeiro semestre, o banco equaciona reduzir as comissões cobradas aos clientes, Miguel Maya disse que não perspetiva "nenhuma redução das comissões", salientando ainda que o valor destas é o adequado aos custos do serviço prestado para o banco.
"A nossa preocupação é que a comissão seja cobrada em serviços cujo valor seja percecionado pelo cliente", referiu, lembrando que tal como sucede com ouras empresas, também o banco não é imune ao impacto da inflação.
O Millennium bcp teve lucros de 74,5 milhões de euros no primeiro semestre, disparando mais de 500% face aos 12,3 milhões de euros registados nos primeiros seis meses de 2021, foi hoje divulgado.
Segundo a apresentação de resultados, as contas entre janeiro e junho foram impactadas pelo aumento dos proveitos 'core' [negócio principal] do grupo em 22,7%, alcançando 1.372,7 milhões de euros nos primeiros seis meses do ano corrente, sobretudo devido ao aumento da margem financeira, e gestão "rigorosa "dos custos operacionais (+1,5%), pelas contribuições obrigatórias para o setor bancário em Portugal de 62,2 milhões e pelo Bank Millennium, a operação na Polónia.
Contabilizando só Portugal, o resultado líquido foi de 174,5 milhões de euros, "um aumento expressivo" face ao primeiro semestre de 2021, quando registou 45,1 milhões de euros.
No primeiro semestre de 2022, as comissões líquidas cresceram 9,8% face ao período homólogo de 2021, ascendendo a 387,6 milhões de euros, tendo as comissões bancárias aumentado 11,2% para 332,7 milhões de euros.
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