O primeiro-ministro, António Costa, garantiu um total empenho de Portugal face àquela que foi a posição favorável apresentada, esta quinta-feira, pelo chanceler alemão, Olaf Scholz, para a construção de um gasoduto capaz de transportar gás a partir de Portugal para o resto da Europa.
Na rede social Twitter, o chefe do Governo português destacou que a "Alemanha pode contar 100% com o empenho de Portugal para a construção do gasoduto".
António Costa foi ainda mais longe, escrevendo que se atualmente essa opção possa ser ponderada "para o gás natural", no futuro deverá sê-lo para o "hidrogénio verde".
"Até lá, o Porto de Sines poderá ser utilizado como plataforma logística para acelerar a distribuição de GNL [gás natural liquefeito] para a Europa", acrescentou ainda, na mesma linha de raciocínio, o primeiro-ministro português.
A #Alemanha pode contar 100% com o empenho de #Portugal para a construção do gasoduto. Hoje para o gás natural, amanhã para o hidrogénio verde. Até lá, o Porto de #Sines poderá ser utilizado como plataforma logística para acelerar a distribuição de #GNL para a Europa.
— António Costa (@antoniocostapm) August 11, 2022
Esta publicação surge depois de Ofal Scholz ter dito que é a favor da criação de um gasoduto capaz de transportar gás a partir de Portugal para o resto da Europa, com passagem por Espanha e França. Uma proposta que tem em vista uma redução da atual dependência que muitos países europeus têm do gás russo.
As declarações foram proferidas em conferência de imprensa, momento em que o chanceler alemão lamentou que tal ligação ainda não exista - visto que a mesma poderia contribuir dar uma "contribuição maciça" para o abastecimento do norte da Europa, noticia a agência EFE.
Esta solução, na perspetiva de Scholz, "resolveria os problemas atuais", numa altura em que a Europa se vê obrigada a lidar com a crise energética que surgiu na sequência da guerra na Ucrânia. Isto também, destacou ainda, por causa das ligações que Portugal tem com o norte de África neste campo.
O governante acrescentou ainda já ter falado com os homólogos portugueses, espanhóis e franceses, bem como com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, para impulsionar tal projeto.
De recordar que o grupo russo Gazprom interrompeu totalmente o fornecimento de gás natural em meados de julho, alegando a necessidade de levar a cabo trabalhos de manutenção. Porém, quando foi reestabelecido o fluxo, o volume em trânsito deste produto desceu para 20% da capacidade do gasoduto Nord Stream - número que fica abaixo dos 40% que se registavam anteriormente.
[Notícia atualizada às 19h14]
Leia Também: Scholz defende gasoduto desde Portugal e através de Espanha e França