Fundo de pensões. Sindicato quer BCP a aplicar excedente a trabalhadores
O SNQTB exigiu hoje ao BCP que os excedentes do fundo de pensões, de cerca de 700 milhões de euros, revertam para a "realização de aumentos condignos, salariais e de pensões" dos trabalhadores e pensionistas do banco.
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Economia BCP
"O sindicato afirma que é da mais elementar justiça que parte deste excedente reverta para a realização de aumentos condignos, salariais e de pensões, para que os trabalhadores e pensionistas do BCP possam recuperar o poder de compra perdido e para voltar a nivelar a idade de reforma com o restante setor", refere o Sindicato Nacional dos Quadros e Técnicos Bancários (SNQTB), em comunicado hoje divulgado.
Segundo o presidente do sindicato, Paulo Gonçalves Marques, o argumento do banco de que os encargos com o fundo de pensões "não permitem aumentos condignos, salariais e de pensões, cai por terra porque há afinal um excedente de quase 700 milhões de euros".
O sindicato argumenta que "parte do excesso de financiamento" deve-se "a muitos anos em que não houve aumentos de salários e pensões, na sequência de alterações introduzidas na revisão do ACT [acordo coletivo de trabalho] de 2017, por forma de viabilizar e contribuir para a recuperação da situação que o BCP atravessava".
O SNQTB aponta ainda que, caso haja uma reposição dos direitos dos trabalhadores e o banco aceite a negociação das matérias apresentadas, o BCP "poderá então recorrer ao mecanismo de devolução do excesso de financiamento no fundo de pensões", mas que apenas deve ser devolvido "o correspondente às dotações feitas pelo próprio BCP, ou seja, excluindo-se todos e quaisquer valores referentes às contribuições realizadas pelos trabalhadores".
Em 09 de agosto, o Eco noticiou que a subida das taxas de juro permitiu criar uma almofada de 684 milhões de euros no fundo de pensões do BCP, ponderando utilizá-la para melhorar os seus rácios de capital e reforçar as proteções face a eventuais contratempos e num cenário de várias "tormentas na Polónia".
Contactado pela Lusa, o BCP não comentou as declarações do SNQTB.
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