"De acordo com a informação prestada, a única rubrica de custos que salta à vista, porque negativa, são os custos com pessoal que diminuíram 7,2%", começou por apontar o sindicato, em comunicado enviado à comunicação social.
Somando-se a inflação, que, apontou, já provocou um corte nos salários reais de 5%, fica "muito claramente demonstrado por esta apresentação que são apenas os trabalhadores que estão, com o seu sacrifício, a contribuir para recuperar a companhia".
O Sitava lembrou que os trabalhadores continuam com cortes salariais, no âmbito do plano de reestruturação da companhia aérea, apesar "de cargas de trabalho cada vez mais exigentes", o que acentua "um enorme sentimento de injustiça que roça a humilhação".
Adicionalmente, o sindicato disse que "aparece com cada vez maior evidencia a incapacidade da gestão para organizar a operação sujeitando, diariamente os trabalhadores a sacrifícios, para que tudo pareça o mais normal possível".
"Será que a TAP pensava fazer uma operação equivalente à de 2019 com menos 2.500 trabalhadores?", questionou-se.
Relativamente à crise inflacionária, o Sitava disse que vai, brevemente, abordar a empresa, para discutir medidas que invertam a tendência de desvalorização dos salários.
Neste sentido, os representantes dos trabalhadores exortaram também a empresa a "evitar despesas desnecessárias", como por exemplo a mudança de sede, que consideram uma ideia "insólita" e "muito pouco sensata", uma vez que obrigaria a "avultadas obras de vários milhões de euros, e cuja renda rondará, também os quatro a cinco milhões de euros anuais".
Os prejuízos da TAP S.A. diminuíram no primeiro semestre deste ano para 202,1 milhões de euros, face ao valor negativo de 493,1 milhões de euros obtido em igual período do ano passado, indicou a transportadora, na terça-feira, em comunicado.
Na nota, publicada na Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a TAP referiu que "o resultado líquido é claramente negativo, mas continua a recuperação nos últimos trimestres".
No segundo trimestre, a companhia aérea registou uma redução de 37,2% nos prejuízos, para um resultado negativo de 80,4 milhões de euros, face aos 128,1 milhões obtidos em igual período do ano anterior.
A presidente executiva da TAP, Christine Ourmières-Widener, salientou, na nota, que "o segundo trimestre registou uma procura muito saudável e receitas por passageiro mais elevadas", o que permitiu compensar o aumento nos custos.
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