O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, disse esta quinta-feira que é necessário acompanhar o que acontecerá aos preços e o impacto que essa evolução terá na vida das pessoas, sendo necessário um conjunto de medidas que ajudem a mitigar o impacto da inflação para as empresas e para as famílias.
"Há três coisas fundamentais. Em primeiro lugar temos de acompanhar com muita atenção o que vai acontecer na evolução dos preços da inflação e tudo o que isso projeta na vida das pessoas", disse Marcelo Rebelo de Sousa à saída das Conferências do Estoril e em declarações transmitidas pela SIC Notícias.
A "segunda dúvida", detalhou o Presidente da República, é que "até lá, as famílias e as empresas sofrem" e, por isso, importa saber "qual o pacote ou conjunto de medidas" que vai ajudar a responder a essa situação.
O Governo vai reunir-se, na segunda-feira, em Conselho de Ministros extraordinário para aprovar um pacote de medidas para responder à subida dos preços. "Vamos ver. Isso é uma decisão do Governo. Vamos ver quando é que aparecerá e como é que será", afirmou, quando questionado se espera um pacote de medidas robusto da parte do Executivo de António Costa.
Na opinião do Presidente da República existe ainda uma "terceira questão" que está relacionada sobre a entrada em vigor dessas medidas de resposta à crise. Por isso, a última dúvida é "saber quando isso aparecerá: agora em setembro ou antes do Orçamento do Estado (OE) para o ano que vem? Porque há medidas que são muito urgentes e há outras que têm que ser previstas para o futuro, para o ano que vem".
Em particular, Marcelo Rebelo de Sousa adiantou que "há medidas do domínio da energia" que têm de ser trabalhadas a nível europeu.
"Acho que neste momento, em todos os países, tem que se ponderar um conjunto de medidas. O ideal era que fosse concertado a nível europeu, senão aumentam as desigualdades na Europa", respondeu aos jornalistas Marcelo Rebelo de Sousa, quando questionado sobre o anúncio de Espanha de que vai reduzir o IVA do gás.
Na opinião do Presidente da República, estas medidas "devem cobrir todos os domínios em que isso é possível, de acordo com a situação de cada país" para que, numa altura em que há subida do preço da energia e a inflação noutros bens, "isso não venha a criar os problemas que pode vir a criar ou já está a começar a criar na vida das pessoas, das famílias e das empresas".
A Comissão Europeia já disse que vai apresentar "dentro de semanas" a proposta para intervenção de emergência no mercado energético europeu, estudando medidas como limites de preços, e vai avançar no início do próximo ano com a reforma estrutural na eletricidade.
[Notícia atualizada às 11h27]
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