O preço da eletricidade vai subir nos próximos meses, uma vez que a legislação prevê que todos os contratos celebrados ou renovados depois de 26 de abril estejam sujeitos à cobrança de uma parcela adicional, que deverá repetir-se em todas as faturas até maio de 2023, lembra a DECO Proteste.
Contudo, "o que o consumidor não sabe, nem consegue calcular, é o valor dessa parcela adicional, que deverá variar consoante o operador, que vai repassar o custo acrescido com os novos preços da produção de eletricidade necessária para aquele consumo".
Porque temos de pagar uma parcela adicional?
A DECO Proteste lembra que a "cobrança da parcela adicional na fatura da eletricidade é a parte visível do chamado 'travão ibérico', criado para conter o crescente custo da produção elétrica". É que, "mais do que um travão, este mecanismo é, na realidade, um 'amortecedor', pois não evita por completo a subida de preços, apenas impede que esta seja tão acentuada".
"A criação deste mecanismo converteu-se em legislação, ainda no segundo trimestre, e foi a consequência inevitável de um cenário dramático que envolve dois dos principais recursos energéticos que asseguram a produção elétrica: água e gás natural. Por um lado, a água disponível nas barragens tem vindo a diminuir na sequência da seca extrema. Por outro lado, o gás natural tem vindo a ficar mais caro e a guerra na Ucrânia dificilmente travará esta tendência", acrescenta ainda a DECO.
Vale, por isso, realçar que sem este 'amortecedor' da subida de preços, "o custo da eletricidade seria muito superior. Logo, o aumento do preço da eletricidade é, agora, mais contido, mas bem real e visível em cada fatura".
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