A operação, que teve início na segunda-feira e decorre até 16 de setembro, foi, esta terça-feira, apresentada em Luanda.
Em causa está a alienação de 5.000.000 ações com um intervalo de preços entre 4.250 e 5.000 kwanzas (9,9 euros e 11,7 euros) o que permitirá ao Estado angolano, através da Sonangol, um encaixe financeiro máximo de 25 mil milhões de kwanzas (58,8 milhões de euros).
O administrador do BCGA, Francisco Rosado dos Santos, fez uma avaliação positiva do mercado bancário angolano que "evoluiu muito rapidamente" e está agora a concorrer à moldura de supervisão europeia (Basileia 3), "um passo muito importante ao nível do controlo transparência e governação dos bancos".
Além disso, significa também que o mercado financeiro angolano será mais atrativo para bancos internacionais "com um risco diferente que lhes proporciona, em termos de serviços de reciprocidade e correspondência", considerou.
Mostrou-se otimista quanto à venda das ações, destacando o valor do banco e sua marca, "que são reconhecidos", associado ao momento de mercado de capitais "bastante auspicioso em Angola" e ao "grande dinamismo de investidores mais jovens", o que induz "fortes expetativas" quanto ao resultado da operação, devendo a procura superar a oferta.
O BCGA vai ser a segunda empresa e o segundo banco cotado em Angola, depois do Banco Angolano de Investimentos (BAI) ter feito a sua estreia na Bolsa de Dívida e Valores de Angola (BODIVA) em junho.
O lote de 25% do capital destina-se a três grupos de investidores: 15% do capital destina-se aos atuais acionistas angolanos, 2% a colaboradores e membros dos órgãos sociais e 8% ao publico em geral.
Francisco Rosado dos Santos acredita que este preço é adequado para o dinamismo do mercado: "Tentámos encontrar um preço -- e comparando com a outra ação que está cotada -- que permitisse a um angolano pertencente ao público em geral e que quisesse adquirir (ações) sem grande desconforto para as suas finanças pessoais".
O Estado português através da Caixa Geral de Depósitos é o maior acionista do Caixa Angola, sendo o restante capital distribuído pelos empresários angolanos António Mosquito e Jaime Freitas (12% cada um), Sonangol EP (24%) e Sonangol Holding.
O responsável do banco explicou que os acionistas angolanos do banco tinham direitos de preferência estabelecidos entre acordos de acionistas e facilitaram a operação abdicando deste direito face à totalidade em venda e "com esse sacrifício" têm também "a possibilidade de reforçar um pouco o capital no banco por esta via".
Os investidores poderão alterar ou revogar a ordem de compra até ao dia 12 de setembro e prevê-se que as ações sejam admitidas à negociação em bolsa em 29 de setembro. Podem ser subscritas até às 15:00 do dia 16 de setembro numa das 32 agências do banco Caixa Angola.
A venda das ações da Sonangol decorre do Programa de Privatizações dos Estado Angola (ProPRIV), no âmbito do qual foram já privatizadas 125 empresas e ativos de um total de 178 previstos, adiantou Ednilson Sousa, representante do Instituto de Gestão de Ativos e Participações do Estado (IGAPE) na mesma sessão.
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