Sitava vai entregar proposta de "reposição do poder de compra perdido"
O Sindicato dos Trabalhadores da Aviação e Aeroportos (Sitava) vai entregar às empresas do setor uma proposta de "reposição do poder de compra perdido" já para outubro, com uma segunda fase prevista para janeiro.
© Reuters
Economia SITAVA
Em declarações à Lusa, Paulo Duarte, dirigente do Sitava, adiantou que numa reunião de direção realizada esta terça-feira a estrutura sindical debateu medidas para ajudar os trabalhadores a enfrentar o aumento da inflação.
"O custo de vida aumentou bastante, a inflação está a asfixiar toda a gente", disse, acrescentando que "as medidas apresentadas pelo Governo incidem bastante sobre os pensionistas" e confiam que as empresas as repliquem em quem trabalha e é nesse sentido que vão as propostas.
"A mensagem que vamos passar é de reposição do poder de compra perdido", disse, admitindo que isso "tem um efeito de aumentos salariais", mas reiterando que não estão "a pedir aumentos salariais".
"Vamos entregar às empresas todas uma proposta reivindicativa, pedindo no imediato uma reposição do poder de compra e no próximo ano complementar o resto", referiu, explicando que o sindicato quer "uma pequena parte já, em outubro, e o restante em janeiro".
Num comunicado, o sindicato lembrou que "os trabalhadores portugueses em geral, e os do setor da aviação em particular, vivem hoje uma situação que, para a sua esmagadora maioria, é completamente nova".
"Em 2020 foi a pandemia com todo o coro de desemprego e perda de rendimentos que a todos afetou, a que se seguiu desde o princípio do corrente ano um processo inflacionário de origem especulativa que está a provocar forte desvalorização nos salários e outros rendimentos, degradando assim, de forma muito acentuada, o poder de compra das famílias portuguesas, principalmente das famílias das classes trabalhadoras", disse a estrutura sindical.
Para o Sitava, assiste-se, "por um lado, à exibição de gigantescos lucros por parte dos grandes grupos económicos acentuando a acumulação de riqueza com cada vez pior distribuição da mesma -- principalmente na banca, empresas energéticas e da grande distribuição -- e, por outro, a um Governo aparentemente manietado pelo poder económico que nada faz para minorar a cada vez mais difícil situação dos trabalhadores, com a precariedade também a crescer".
Por isso, o Sitava "decidiu antecipar a discussão e adoção de medidas que, o mais rapidamente possível, venham minimizar as insuportáveis perdas que os trabalhadores estão a sofrer nos seus salários reais".
"Não é com caridade que se faz justiça. Justiça faz-se com salários dignos e com contratação coletiva livre e justa. É tempo de o Governo entender que a degradação dos salários está intimamente ligada ao bloqueio da contratação coletiva, que coloca todo o poder negocial do lado das empresas e dos patrões, deixando aos sindicatos e aos trabalhadores apenas o caminho da luta como única saída para melhorar as suas condições de vida e de trabalho", referiu o sindicato.
O Sitava convocou ainda "desde já todos os trabalhadores para tudo o que for necessário fazer, sem excluir nenhuma forma de luta".
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