Tal como previsto, o Banco Central Europeu (BCE) decidiu, esta quinta-feira, voltar a aumentar as taxas de juro, em resposta à aceleração da inflação. A instituição liderada por Christine Lagarde decidiu aumentar as três taxas de juro diretoras do BCE em 75 pontos base e avisa que os aumentos vão continuar, porque a inflação continua demasiado elevada.
"O Conselho do BCE decidiu aumentar as três taxas de juro diretoras do BCE em 75 pontos base. Nessa conformidade, a taxa de juro aplicável às operações principais de refinanciamento e as taxas de juro aplicáveis à facilidade permanente de cedência de liquidez e à facilidade permanente de depósito serão aumentadas para 1,25%, 1,50% e 0,75%, respetivamente, com efeitos a partir de 14 de setembro de 2022", pode ler-se no comunicado divulgado pelo banco central.
Os aumentos não ficam, contudo, por aqui: "O Conselho do BCE tomou a decisão de hoje – e espera continuar a aumentar as taxas de juro – porque a inflação permanece demasiado elevada, sendo provável que se mantenha acima do objetivo durante um período prolongado".
"Com base na sua atual avaliação, o Conselho do BCE espera, nas próximas reuniões, voltar a aumentar as taxas de juro para atenuar a procura e prevenir o risco de uma persistente deslocação em sentido ascendente das expectativas de inflação", reforça a instituição.
Em julho, recorde-se, a instituição liderada por Christine Lagarde decidiu subir as suas taxas de juro em 50 pontos base, com efeitos a partir de 27 de julho.
We raised interest rates by 0.75 percentage points.
— European Central Bank (@ecb) September 8, 2022
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De acordo com o BCE, "as pressões sobre os preços continuaram a ganhar força e a generalizar‑se ao conjunto da economia, podendo a inflação voltar a subir no curto prazo".
No entanto, "com o desvanecimento ao longo do tempo dos atuais fatores impulsionadores da inflação e a repercussão da normalização da política monetária na economia e na fixação de preços, a inflação descerá".
Os especialistas do BCE reviram em alta as projeções para a inflação, esperando agora que seja, em média, de 8,1% em 2022, 5,5% em 2023 e 2,3% em 2024.
Relativamente ao crescimento económico, os especialistas do BCE esperam que a economia registe uma taxa de crescimento de 3,1% em 2022, 0,9% em 2023 e 1,9% em 2024.
"Após uma retoma no primeiro semestre de 2022, dados recentes apontam para um abrandamento substancial do crescimento económico da área do euro, esperando‑se uma estagnação da economia na parte final do ano e no primeiro trimestre de 2023", adianta o BCE.
[Notícia atualizada às 13h46]
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