Em comunicado, a ANCEVE repetiu o alerta que tem vindo a fazer "para o facto de o aumento continuado dos preços das matérias-primas, dos materiais de engarrafamento, dos transportes e dos custos em geral, estar a levar inúmeros pequenos e médios produtores, que constituem o grosso do tecido empresarial da fileira vitivinícola, à beira da falência".
A associação disse que a fileira do vinho está a ser também afetada pela subida dos preços dos combustíveis, adubos, caixas de cartão, garrafas, rótulos e cápsulas, com aumentos que variam entre 125% e 20%.
Já os produtores, acrescentou a ANCEVE, "apenas conseguiram subir os seus preços de venda em cerca de 10%, pelo que a esmagadora maioria irá apresentar enormes prejuízos no final do ano, se lá conseguirem chegar".
Neste sentido, a associação disse ter já pedido ao Governo, em agosto, que agilize um plano de apoio extraordinário e específico para a fileira do vinho, com apoio à tesouraria, sem juros, diminuição dos impostos associados ao gasóleo agrícola, apoio ao investimento em barricas ou tonéis de madeira e apoio para o armazenamento de garrafas.
A associação defendeu ainda a criação de uma linha específica para pequenas e médias empresas, "com candidaturas muito simples e apoios forfetários à imagem do Vitis, para realização de ações de promoção a partir de janeiro de 2023".
A ANCEVE considerou que, à exceção da redução do preço do gasóleo agrícola, as medidas já anunciadas pelo Ministério da Agricultura constituem ferramentas que levam ao endividamento das empresas e que o plano anunciado recentemente pela ministra da Agricultura abrangerá apenas uma parte da viticultura.
"É urgente e imperioso que, neste momento tão dramático e excecional, o Governo aceite, de uma vez por todas, agilizar um plano extraordinário e específico de apoio à fileira do vinho", vincou a ANCEVE.
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