"Não notamos aumento no número de queixas, são quase 20 mil tal como no ano passado. Mas notamos diferença nos motivos dos pedidos de ajuda", explicou a coordenadora do Gabinete de Proteção Financeira da Deco, Natália Nunes, em declarações à Lusa.
A diminuição de rendimentos, nomeadamente motivada pela perda de negócio devido à covid-19, deixou de ser o principal motivo dos pedidos de ajuda das famílias.
Este ano, o aumento do custo de vida, em reflexo de subidas nos preços do supermercado e da conta de eletricidade ou do gás, tem sido o principal motivo de pedidos de ajuda e de informação à associação.
Muitos destes pedidos de ajuda são de famílias que ainda não estão em situação de não conseguir pagar as contas, mas que anteveem que essa possibilidade esteja para chegar.
A quem pede ajuda, devido ao aumento do custo de vida, a Deco recomenda olhar para as despesas a ver se há forma de reduzir gastos e verificar se há margem de negociação com o banco quanto às condições de créditos contratados.
"Notamos que há cada vez mais famílias com rendimentos mais baixos", afirmou Natália Nunes, explicando que a inflação já tem impacto nos orçamentos das famílias, nomeadamente das que têm taxas de esforço elevadas ou rendimentos muito reduzidos.
Em todo o ano de 2021, a associação recebeu 30 mil pedidos de famílias sobreendividadas, quando em 2020 tinha recebido 30.100 pedidos e 29.154 em 2019.
Leia Também: Japão intervém no mercado de divisas para travar queda do iene