Alta velocidade "é o projeto mais importante das últimas décadas"

O ministro das Infraestruturas abordou, na noite desta quarta-feira, na Grande Entrevista, na RTP, alguns dos assuntos mais marcantes da sua pasta, nomeadamente a nova ligação ferroviária de alta velocidade e a construção do novo aeroporto.

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© Horacio Villalobos#Corbis/Corbis via Getty Images

Notícias ao Minuto
28/09/2022 23:59 ‧ 28/09/2022 por Notícias ao Minuto

Economia

Pedro Nuno Santos

"Este é o projeto mais importante das últimas décadas em Portugal em matéria de investimento público. É estruturante. É a A1 ferroviária", começou por referir o ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, sobre a nova ligação ferroviária de alta velocidade entre Lisboa e Porto, no espaço 'Grande Entrevista', na RTP, esta quarta-feira.

O projeto de alta velocidade, anunciado hoje, vai permitir dar "escolha" ao país, referiu o governante, acrescentando que a rede não estará apenas concentrada nas ligações entre estas duas cidades. "Vai revolucionar a forma como olhamos para a organização espacial do nosso país e para a relação não só entre as áreas metropolitanas, as cidades que estão entre elas e o interior", notou, garantido que "apesar de não parecer à primeira vista, o interior vai ganhar com esta linha".

Questionado sobre se a data prevista para a ligação estar terminada é concretizável ou se seguirá "a tradição" do que acontece muitas vezes nas obras públicas do país, Pedro Nuno Santos explicou que: "O modelo que encontrámos para construção desta linha dá-nos a esperança de cumprir os prazos".

Lembrando que nesta obra "o privado vai ter aqui uma grande responsabilidade", o ministro não desmentiu a "tradição. "O país tem estado nesta infraestrutura no 'pára-arranca', o que nos coloca atrás dos países com quem nos gostamos de comparar", sublinhou, notando o atraso que Portugal tem em termos de ferrovia - comparado não só com Espanha, como noutros países da Europa.

"A importância que o comboio tem na mobilidade é tremenda. Em Portugal, invertemos as prioridades. Demos prioridade à rodovia e fomos desinvestindo, fechando linhas", recordou.

Sobre se o facto de o projeto estar mais concentrado no litoral, fará com que o interior seja esquecido, Pedro Nuno Santos explicou que esta nova linha vai "ter um impacto importante", nomeadamente, devido aos cruzamentos com outras linhas ferroviárias. "O interior vai beneficiar numa maior rapidez no acesso às localidades", garantiu.

Quanto às ligações internacionais, o ministro que foi abordado sobre as cerca de 11 horas que demora uma viagem ferroviária de Lisboa a Madrid, em Espanha, lembrou que "a região espanhola com que Portugal tem mais relação económica é a Galiza", mas que a região madrilena não está esquecida, estando projetada a ligação a partir de Évora-Elvas-Badajoz. Questionado sobre se este troço seria feito em alta velocidade, o ministro foi perentório: "A questão relevante não é a velocidade. Isso é outro fetiche português. O que é importante é o tempo".

Aeroporto

Quanto à construção do novo aeroporto, as suas possíveis localizações e outros detalhes, o ministro das Infraestruturas evocou o Conselho de Ministros, a decorrer na quinta-feira, onde será votada e aprovada uma resolução que "reflete "a metodologia que foi acordada com o PSD para podermos chegar a um relatório que permita fundamentar uma decisão política sobre a localização", não querendo "antecipar nada do que possa estar nessa resolução".

O ministro quis apenas dizer que "haverá uma Comissão Técnica Independente liderada por um coordenador-geral" e que "o importante é dar as condições para que esta Comissão Independente possa fazer um bom trabalho e depois possa sustentar uma boa decisão", referiu, elaborando que a avaliação ambiental estratégica levada a cabo é mais completa.

Questionado sobre eventuais novas localizações para o aeroporto, garantiu que as opções são as que já se conhecem - entre Lisboa, Montijo e Santarém e Alverca. "Dando oportunidade à Comissão para, se entender, que há outras localizações que devem ser incluídas na avaliação ambiental estratégica ter a possibilidade de o fazer".

Após ter admitido que já foram estudadas 17 localizações para a localização do novo aeroporto, o ministro foi questionado sobre a última hipótese apresentada - Santarém. "Surgiram, durante o processo, informações que suscitaram uma apreciação de possível mérito face à localização e o Governo entendeu que faria sentido incluir essa localização", afirmou, depois de dizer que o Governo vai "esperar tranquilamente" pelos resultados da Comissão Independente.

Relação de Costa e Nuno Santos também no 'pára-arranca'?

Sobre o 'faux pas' do passado com Costa, quando anunciou um despacho sobre a solução dos aeroportos que indicava que iria avançar não um, mas dois projetos - no Montijo e em Alcochete - que horas depois acabou por ser anulado pelo primeiro-ministro, Pedro Nuno Santos, reconheceu que "não foi um momento bom", mas que é preciso "saber superá-los, lidar com eles e seguir em frente".

"É assim na vida, é assim no trabalho, é assim em casa e é assim no Governo. Ficamos sempre à espera que quando há um desencontro que haja logo um ato com um grande peso. Os desencontros fazem parte", assumiu.

Segundo o ministro, houve um "desencontro" que "foi assumido". "Tenho o meu feitio, a minha forma de trabalhar, a minha teimosia, o sr. primeiro-ministro tem o feitio dele, mas no final do dia sei que sou ministro e sei que o sr. primeiro-ministro é o primeiro-ministro e isso, obviamente, que facilita muito a nossa relação. Aconteceu, soubemos lidar e seguir em frente", rematou.

Leia Também: Futura linha de alta velocidade coloca Leiria a 40 minutos de Lisboa

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