Gasoduto nos Pirenéus? "Existe a prioridade de fazermos essa ligação"
Conclusões derivadas da reunião desta sexta-feira entre o primeiro-ministro, António Costa, com o chanceler alemão, Olaf Scholz, e o presidente espanhol, Pedro Sánchez.
© Twitter / António Costa
Economia António Costa
O primeiro-ministro, António Costa, garantiu esta sexta-feira que a "Alemanha continua a apoiar" a construção de um gasoduto pan-europeu, destinado a ligar a Península Ibérica, a partir de Portugal, ao resto da Europa - e que, "como consta dos relatórios da União Europeia e da Comissão Europeia", a "prioridade" passa por "fazer essa ligação".
Isto porque a "Europa tem de diversificar as suas fontes de abastecimento" e não pode "estar tão dependente de um único fornecedor", disse o governante. E acrescentou, aludindo à crise energética derivada da guerra na Ucrânia e das consequentes sanções aplicadas à Rússia: "Veja-se o que acontece quando estamos tão dependentes de um único fornecedor".
A este propósito, António Costa fez questão de referir que a "Península Ibérica tem, não só, a capacidade de produzir energia renovável e, em particular, hidrogénio verde, no futuro".
Nas palavras do primeiro-ministro, a Península Ibérica detém ainda uma "posição geográfica" privilegiada, que permite que a mesma seja um "ponto de descarga de gás natural proveniente dos Estados Unidos, da costa africana, e de Trinidad e Tobago".
Isto, claro está, "pelo facto de estarmos mais próximos e de podermos distribuir mais rapidamente para o conjunto da Europa", esclareceu. Mas, "para que isso aconteça, precisamos de ter mais interconexões", disse ainda.
Até porque, tanto em "Portugal" como em "Espanha", apontou António Costa, os "consumidores têm pago um preço muito elevado pela energia, pelo facto de estarmos isolados do resto do mercado europeu".
"Temos só 3% de interligações, devíamos ter já 10% em 2020, estamos muito atrasados. E, portanto, para isso é necessário desbloquear" todo o processo, referiu o chefe do Executivo socialista.
Questionando-se a si próprio sobre "como é que se constrói o gasoduto", António Costa destacou que, "em condições normais", o mesmo "deve ligar" Portugal "a França. Mas se não for possível ligar a França, que nos ligue a Itália [...], ou até mesmo a outras soluções mais difíceis e mais caras", afirmou.
Quanto ao facto de França não se mostrar inclinada a apoiar essa solução, que passa pela construção de um gasoduto nos Pirenéus, preferindo apostar no hidrogénio, António Costa garantiu que Portugal respeita os "problemas ambientais" e compreende os "interesses económicos de França". Mas considerou, no entanto, que o "fundamental é aquilo que a geopolítica nos diz: que não podemos estar tão dependentes como estivemos até agora de um fornecedor [...]. Nós temos de diversificar" os mesmos, bem como as "fontes de energia", destacou ainda.
As declarações foram proferidas na sequência de uma reunião tida, esta sexta-feira, na capital alemã, Berlim, com o chanceler alemão, Olaf Scholz, e o presidente espanhol, Pedro Sánchez, para abordar o tema do “abastecimento energético” na União Europeia.
[Notícia atualizada às 19h53]
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