Prioridade é garantir "segurança das cadeias de abastecimento"

A diretora-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva, alertou hoje para a prioridade de garantir a "segurança das cadeias de abastecimento" em vez de pensar apenas no preço, apontando para os problemas com as interrupções dos últimos tempos. 

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Lusa
14/10/2022 21:02 ‧ 14/10/2022 por Lusa

Economia

FMI

Numa conferência de imprensa hoje em Washington, a líder do fundo disse que vê um possível aumento de fragmentação mundial com preocupação.

"Vamos assistir a alguma diversificação no fornecimento. Estamos muito mais cientes, com as interrupções [a que se tem assistido], que é preciso pensar em cadeias de abastecimento de forma a que tenham mais em conta a segurança do fornecimento", indicou, acrescentando que anteriormente o único fator "determinante" era o preço.

Citando discussões com mercados emergentes e em desenvolvimento e economias mais pequenas Georgieva disse que o que lhe dizem é que "não podemos deixar a fragmentação acontecer".

"Toda a gente seria mais pobre, mas para estes mercados seria muito pior", indicou, garantindo que "se queremos ter um futuro mais seguro temos de reter a eficiência de uma economia integrada". 

A diretora-geral do FMI referiu ainda que, no âmbito das reuniões do Fundo, que tiveram lugar estes dias, que "a mensagem foi para o FMI usar todos os instrumentos, sobretudo os preventivos".

Esta quinta-feira, Goergieva disse que a inflação ameaça transformar-se num "comboio sem travões", referindo que a economia mundial foi atingida por "um choque atrás de outro", ou seja, a pandemia, a invasão da Ucrânia e o regresso da inflação.

"Se não retomarmos a estabilidade dos preços iremos prejudicar as perspetivas de crescimento", referiu. 

No dia 06 de outubro, a diretora-geral do FMI disse que a situação económica mundial, potenciada pelo aumento da inflação "ainda vai piorar antes de melhorar", reconhecendo que a invasão da Ucrânia deitou por terra as previsões da entidade.

Num discurso, na Universidade de Georgetown, em Washington, Kristalina Georgieva disse que acreditava que a situação "ainda vai piorar antes de melhorar".

"A incerteza é muito elevada", referiu, destacando os efeitos da guerra, apontando que pandemia que "ainda não desapareceu" e acrescentando também que "os riscos em torno da estabilidade financeira estão a crescer".

A diretora-geral do FMI disse que a entidade estava novamente a descer as suas previsões para a economia mundial em 2023, projetando um crescimento económico inferior em quatro biliões de euros até 2026.

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