"Isolamento face ao sistema energético europeu tornou-se numa vantagem"
O ministro das Finanças, Fernando Medina, defendeu que o isolamento de Portugal e Espanha face ao sistema energético europeu, com cadeias de abastecimento próprias, transformou-se "numa vantagem", depois de décadas a ser considerado "uma desvantagem".
© Lusa
Economia Crise energética
"Portugal e Espanha gozam de uma situação muito particular. É que durante décadas o nosso isolamento face ao sistema energético europeu foi um problema muito grave, e sê-lo-á também ainda no futuro, agora mais até prejudicial para a Europa do que para a Península Ibérica, na medida em que nós temos maior segurança de abastecimento", disse à Lusa o ministro, na sexta-feira, em Washington, à margem das reuniões anuais do Fundo Monetário Internacional (FMI).
"Agora, isso foi uma desvantagem e transformou-se numa vantagem, porque nos permitiu fazer a separação entre o preço do gás e o preço da eletricidade. A própria Europa ambiciona fazer isso para os restantes países. Portugal e Espanha já o estão a fazer e isso tem benefícios para os consumidores, seja domésticos, seja para as empresas", argumentou.
Para o responsável, cada país deve adaptar os instrumentos ao seu dispor para "minorar os impactos da subida brutal dos preços da energia junto dos seus concidadãos e das suas empresas".
O FMI e outras instituições defenderam que as medidas destinadas à poupança de energia devem passar, por exemplo, por transferências diretas e não por subsídios ou imposição de tetos de preços, como fez Portugal em conjunto com Espanha.
Na sede do FMI, na capital norte-americana, Medina lembrou que esta semana o ministro do Ambiente, Duarte Cordeiro, anunciou um pacote de apoio à fatura energética das empresas, de três mil milhões de euros, previsto no acordo com os parceiros sociais assinado no domingo.
"O ministro do Ambiente teve a oportunidade de apresentar de forma detalhada o que será o novo apoio extraordinário ao sistema energético, no sentido da diminuição dos custos tarifários, seja relativamente aos consumidores domésticos, seja relativamente aos consumidores industriais, com grande ênfase nestes últimos, num sistema que irá receber uma injeção de cerca de três mil milhões de euros para que se possa, através da diminuição das tarifas de acesso à rede, diminuir, no fundo, a fatura que muitas empresas pagam e assim apoiarmos a manutenção do emprego e a manutenção da atividade em várias áreas", declarou.
As reuniões anuais do FMI e do Banco Mundial decorrem, em Washington, até domingo.
Na sexta-feira, a secretária do Tesouro norte-americana, Janet Yellen, reuniu-se com os ministros das Finanças do Eurogrupo, encontro no qual Medina esteve presente.
Ainda na sexta-feira, o Departamento Europeu do FMI e a diretora-geral do FMI, Kristalina Georgieva, realizaram um encontro conjunto.
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