No final da reunião mensal de dois dias da comissão de política monetária, o banco central japonês optou por manter a taxa de juro de curto prazo de referência em -0,1%, bem como o programa de compra de fundos negociados em bolsa para manter a curva de rendimento das obrigações do Estado a 10 anos em cerca de 0%.
A decisão surge uma semana antes de a Reserva Federal dos Estados Unidos (Fed) realizar a reunião de política monetária, com alguns analistas a afirmarem que poderá abandonar o caminho de maior restrição monetária, depois da divulgação dos últimos dados sobre a confiança dos consumidores na principal economia mundial.
O Fed decidiu, em março, por começar a aumentar as taxas e retirar o estímulo adotado para apoiar a economia no contexto da pandemia da covid-19 e tem optado por uma maior agressividade para tentar conter a subida dos preços no país, atualmente em níveis que não eram vistos em quatro décadas.
Este distanciamento entre as opções económicas dos dois países provocou uma forte desvalorização do iene este ano, especialmente em relação ao dólar, o que não acontecia há mais de três décadas, levando as autoridades japonesas a intervir na moeda em múltiplas ocasiões desde setembro para tentar apoiar o valor do iene.
Neste contexto, o BOJ reviu também a previsão de inflação para o ano fiscal de 2022 para 2,9%, principalmente devido ao "aumento dos custos de energia, alimentação e bens duradouros".
O banco central japonês reviu a estimativa de aumento do índice de preços no consumidor em seis décimos de ponto e a previsão de crescimento económico para o ano, que termina a 31 de março de 2023, em quatro décimos de ponto, para 2,0%, no novo relatório trimestral de perspetivas económicas.
"Subsistem incertezas para a economia japonesa, incluindo: atividade económica e preços no estrangeiro, evolução da situação na Ucrânia e impacto da covid-19 no país e no estrangeiro", explicou o BOJ.
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