"As empresas não financeiras portuguesas com volume de negócios não nulo revelaram uma resiliência favorável em 2021, com melhoria da criação de valor, geração de caixa e perceção de risco aproximando-se dos valores de 2019, ano de referência anterior à pandemia", refere o estudo Panorama Empresarial Portugal 2021-2019, divulgado pela Iberinform, filial da Crédito y Caución.
Segundo o estudo, em 2021, segundo ano de impacto da pandemia da covid-19 na economia mundial, as empresas portuguesas "recuperaram os níveis de volume de negócio face a 2020 (+18,7%), embora o montante de 347.263 milhões de euros esteja ainda 5% abaixo do alcançado em 2019.
No que toca a geração de caixa pelas operações, as 328 mil empresas analisadas registaram uma variação positiva de 12% face a 2020, somando 52.714 milhões de euros, ainda que 9,4% abaixo de 2019.
Já a taxa de margem de segurança económica em 2021 evoluiu favoravelmente para 6,2%, aproximando-se dos 6,6% de 2019.
O estudo destaca ainda que a rendibilidade económica bruta das empresas não financeiras portuguesas em 2021 "ultrapassou os valores de 2019" e situou-se em 11% do EBITDA (resultado antes de impostos, juros, depreciações e amortizações), contra 10,8% em 2019, enquanto a produtividade se situou em 1,66 euros de valor acrescentado por cada euro de valor dos empregados no ano em análise, contra 1,67 euros em 2019.
Entre as atividades mais resilientes, o estudo destaca a construção, o imobiliário, os serviços de utilidade pública, a indústria do papel, a madeira e cortiça, os têxteis e vestuário ou indústria farmacêutica.
No sentido inverso, as atividades ligadas ao turismo, fortemente afetadas pela pandemia da covid-19, apresentaram os piores indicadores de resiliência, apesar de estarem "a recuperar fortemente o seu volume de negócios".
O Panorama Empresarial Portugal 2021-2019 da Iberinform foi elaborado com base na análise dos agregados extraídos das demonstrações financeiras e dos seus anexos das empresas não financeira portuguesas com volume de negócio não nulo e certificação legal de contas nos períodos em análise, tendo abrangido 328.003 empresas que empregam 2.689.326 pessoas.
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