Alsa Todi nega ilegalidades nos horários e exige que deputado se retrate
A transportadora rodoviária Alsa Todi negou hoje qualquer ilegalidade nos horários dos motoristas e apelou ao deputado municipal do PS Manuel Fernandes para que se retrate das acusações que fez à empresa na Assembleia Municipal de Setúbal de sexta-feira.
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Economia Alsa Todi
"A Alsa Todi exige ao deputado municipal do PS de Setúbal Manuel Fernandes que se retrate e reponha a verdade em relação às declarações proferidas, certamente por desconhecimento, durante a última sessão extraordinária da Assembleia Municipal", diz a empresa em comunicado enviado hoje à agência Lusa.
A Alsa Todi recorda que "assinou recentemente um acordo de empresa com as organizações representativas dos trabalhadores, como são os casos da FECTRANS -- Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações, do SITRA -- Sindicato dos Trabalhadores dos Transportes e do SNMOT -- Sindicato Nacional dos Motoristas e Outros Trabalhadores, que confirma o respeito pelas condições e regras vigentes".
No comunicado, a Alsa Todi convida também "todos os deputados municipais envolvidos na área 4 [da Carris Metropolitana] para visitarem as várias instalações da empresa para conhecerem as condições de trabalho, os equipamentos de última geração à disposição de todos os munícipes, bem como as unidades hoteleiras onde estão alojados os motoristas contratados em Cabo Verde".
A tomada de posição da Alsa Todi, empresa que assegura o serviço de transporte público rodoviário no lote 4 da Carris Metropolitana, nos concelhos de Alcochete, Barreiro, Moita, Montijo, Palmela e Setúbal, surge na sequência das declarações do deputado municipal do PS Manuel Fernandes, durante a sessão extraordinária da Assembleia Municipal de Setúbal de sexta-feira em que participaram, como convidados, o presidente da Transportes Metropolitanos de Lisboa (TML), Faustino Gomes, e o primeiro secretário da Área Metropolitana de Lisboa (AML), Carlos Humberto, que classificou o desempenho da Alsa Todi como "péssimo".
Numa das intervenções, o eleito do PS Manuel Fernandes afirmou que na Alsa Todi há "chapas de serviço (percursos e horários atribuídos aos motoristas) com mais de 11:00 diárias de laboração", que considerou ser um desrespeito do contrato coletivo de trabalho do setor, da legislação portuguesa em vigor e da diretiva comunitária que regula o transporte serviço público em toda a União Europeia.
Manuel Fernandes afirmou também que os motoristas contratados pela Alsa Todi em Cabo Verde têm, à partida, numa primeira fase de integração, três meses de acolhimento, adiantando que haveria grupos de dez desses motoristas que estariam a viver na mesma casa durante estes primeiros três meses. E que depois desse período teriam de encontrar uma habitação por meios próprios, "numa zona onde os preços da habitação não são sequer compagináveis com os salários que estes trabalhadores auferem".
"Não são condições, obviamente, de acolhimento para trabalhadores que vêm de outros países", disse Manuel Fernandes, advertindo para a possibilidade de muitos deles terem de regressar ao país de origem findo esse período inicial de três meses.
"Daqui por três meses estes trabalhadores vão ter a formação completa, mas, possivelmente, vão ter que regressar aos seus países, porque não vão ter condições para continuar a trabalhar no nosso país", disse Manuel Fernandes.
O comunicado da Alsa Todi não faz qualquer referência às declarações do primeiro secretário da AML, Carlos Humberto, que não teve dúvidas em afirmar, perante os eleitos da assembleia Municipal de Setúbal, que a avaliação do desempenho da Alsa Todi, nos primeiros cinco meses de atividade na península de Setúbal "é má, é péssima".
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